Uma nova técnica de sequenciamento genético, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Birmingham e da Universidade de Toronto, pode nos ajudar a entender melhor como funcionam certos mecanismos dos nucleotídeos que desempenham um papel importante na progressão de algumas doenças. O artigo que descreve a técnica foi publicado na revista Trends in Biotechnology.

Os genomas são compostos por nucleotídeos, ou bases, que são formados por pequenos pedaços, representados por diferentes letras. Cada ser vivo tem uma quantidade diferente de nucleotídeos. O genoma de um ser humano, por exemplo, tem cerca de 3 bilhões dessas bases. Para saber qual o sequenciamento completo de um genoma, então, é preciso determinar cada uma delas e em que ordem elas se encontram.

O sequenciamento de genoma, então, pode ser definido como os processos bioquímicos que permitem identificar cada nucleotídeo em uma cadeia de DNA ou RNA. Embora o RNA, como o DNA, consista em quatro nucleotídeos, alguns deles possuem modificações cujas funções são pouco compreendidas, mas têm sido associadas a doenças como obesidade, câncer e distúrbios neurológicos.

A detecção dessas adições é difícil e apresenta altas taxas de erro, mesmo após 40 anos da sua descoberta. No entanto, sua importância é reconhecida, uma vez que muitos parasitas e vírus humanos esses raros nucleotídeos modificados. Alguns deles, incluindo o coronavírus Sars-Cov-2, têm suas próprias enzimas de modificação do RNA, originalmente adquiridas de seus hospedeiros, mas depois adaptadas às suas necessidades.

A nova tecnologia usa recursos de sequenciamento altamente seletivos. Ao identificar como alvos nucleotídeos específicos, associados a doenças específicas, os desenvolvedores de medicamentos poderão desenvolver drogas inibidoras que podem interferir nas moléculas e influenciar a progressão da doença.

“Essa nova tecnologia possibilita uma mudança radical na maneira como abordamos os nucleotídeos modificados, fornecendo um mapa topográfico ‘em tempo real’ de onde as moléculas estão dentro do genoma e com que frequência elas ocorrem”, explica a principal autora do artigo, Ina Anreiter.

Via: EurekAlert