Nasa detalha novidades para a próxima geração de trajes espaciais

Projetados para a missão Artemis, que visa levar novamente o homem à Lua em 2024, eles oferecerão mais mobilidade, conforto e segurança aos astronautas
Rafael Rigues10/10/2019 18h04

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A Nasa detalhou na última terça-feira (8) algumas das características da nova geração de trajes espaciais que serão usados no programa Artemis, que pretende levar novamente o homem, ou uma mulher, à Lua até 2024. Os novos trajes serão visualmente semelhantes aos usados atualmente durante caminhadas no espaço na Estação Espacial (ISS), mas com várias mudanças para oferecer aos astronautas mais mobilidade e conforto.

O principal destaque dos novos trajes é a maior mobilidade. Já se perguntou porque os astronautas ‘saltitavam’ na superfície lunar durante as missões Apollo? Este era o meio de locomoção mais fácil com os trajes da época, que limitavam o movimento das pernas e braços. Por isso os astronautas tinham dificuldades em se levantar em caso de queda.

Os trajes da Artemis permitirão aos astronautas dobrar e girar a cintura e dobrar mais os joelhos. As botas terão solado flexível, para facilitar a pisada, e mudanças nas juntas dos ombros permitirão levantar os braços acima da cabeça. Um novo sistema de comunicação no capacete, composto por múltiplos microfones, permitirá captar melhor a voz dos astronautas mesmo que movam a cabeça dentro do capacete. Também haverá uma “fralda” composta de “componentes comerciais” costurados juntos, caso os astronautas tenham de ir ao banheiro durante uma missão.

Também há novos itens de segurança. Entre eles vários recursos que tornam os trajes mais resistentes à entrada de poeira lunar, evitando que seja inalada ou contamine o sistema de suporte de vida do traje ou mesmo de uma espaçonave. Além disso, avanços na miniaturização permitem que muitos dos componentes e subsistemas na “mochila” que contém baterias, ar e filtros de gás carbônico sejam duplicados, reduzindo os riscos ao astronauta em caso de falhas.

Por fim, os novos trajes serão modulares. As várias partes poderão ser combinadas ou modificadas para trabalhar nos mais variados ambientes, da gravidade zero na ISS à superfície de Marte. Isso também permitirá que eles se adaptem melhor ao corpo dos astronautas: em vez de fazer um traje sob medida para cada um, a Nasa poderá criar conjuntos de componentes em alguns tamanhos pré-definidos e combiná-los como necessário.

A Nasa irá construir e certificar as primeiras unidades dos novos trajes, que serão usados na missão Artemis III, que deve marcar nosso retorno à Lua em 2024. Depois disso, eles serão produzidos por ‘parceiros na indústria dos EUA’.

Fonte: Nasa

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital