Sarah Boyle, mãe de dois filhos, tinha apenas 25 anos quando foi diagnosticada com câncer de mama, em 2016. Após passar por diversas sessões de quimioterapia e uma mastectomia dupla, os médicos perceberam que haviam cometido um erro: a paciente, na verdade, nunca teve a doença.

Boyle faz parte de uma pequena parcela da população que recebe diagnósticos falsos de câncer de mama e, para evitar mais casos como o dela, resolveu entrar na justiça contra o Hospital Universitário Royal Stoke, onde era tratada. “Um diagnóstico incorreto de câncer pode arruinar a vida das pessoas e algumas podem não ter a mesma sorte de sobreviver”, disse ela, em entrevista ao Daily Mail.

Ela foi diagnosticada incorretamente após o nascimento de seu filho mais novo. No ano seguinte, Boyle foi informada por seu cirurgião que sua biópsia havia sido interpretada erroneamente e foi confirmado que ela não tinha câncer.

Tendo tudo isso em vista, Boyle se tornou uma defensora da utilização da inteligência artificial nos diagnósticos de câncer de mama. Segundo uma pesquisa recente, a tecnologia já é melhor que os médicos para detectar a doença: no artigo publicado na Nature, os especialistas contam que o dispositivo identificou 5,7% de falsos diagnósticos a mais que os médicos nas pacientes dos EUA, e 1,2% a mais entre as pacientes britânicas.

Sarah Sharples, advogada de Boyle, acredita que a inteligência artificial poderá ser muito útil no futuro. “O uso da tecnologia não deve substituir a contribuição humana, mas os avanços tecnológicos que podem complementar e auxiliar os profissionais médicos a melhorar os cuidados e diminuir os tempos de espera e a ansiedade dos pacientes devem ser bem-vindos”, disse ela.

O hospital disse que o erro de diagnóstico se deve a um “erro humano”. Um porta-voz disse: “Um diagnóstico incorreto desse tipo é excepcionalmente raro e entendemos o quão devastador isso tem sido para Sarah e sua família. Além de um pedido de desculpas sem reservas a Sarah, as conclusões da investigação foram compartilhadas com ela e o caso agora faz parte de uma reivindicação legal em andamento”.

Via: Revista Galileu