O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), pediu ao Ministério da Economia que o valor de R$ 180 milhões, previsto no orçamento de 2019, seja liberado para o Projeto Sirius. Por ora, o dinheiro está contingenciado e não há prazo para o pagamento, mesmo com o pedido. Enquanto isso, o laboratório de luz síncroton de 4ª geração segue em construção em Campinas (SP).
O ministro da ciência e tecnologia, Marcos Pontes, em visita ao laboratório estimou R$ 400 milhões para sua finalização. O MCTIC fez empenho de R$ 75 milhões e depositou R$ 50 milhões deste valor no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que gerencia o Sirius.
Entre as consequências do contingenciamento de verbas está o atraso de 13 linhas de pesquisa previstas para o Sirius, que não serão concluídas completamente até o próximo ano, informou o CNPEM. No entanto, Antônio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM, garante que o atraso nos repasses não afetará a abertura das principais linhas de pesquisa do Sirius. A previsão de orçamento para a área em 2020, que está abaixo do esperado, também é um elemento que atrapalha o cenário.
O contingenciamento de verbas não atinge só o MCTIC, já que no começo do ano o governo bloqueou R$ 29,7 bilhões em gastos no orçamento federal como forma de cumprir a meta de déficit primário nas contas deste ano. Porém, o Ministério da Ciência e Tecnologia foi uma das pastas mais afetadas pela primeira liberação de recursos da União: em vez dos R$ 8,3 bilhões descontigenciados, recebeu R$ 80 milhões.
A fatia foi uma das menores para o MCTIC, o que acabou frustrando Marcos Pontes. Afinal, o Ministro disse ao G1 que esperava por volta de R$ 1 bilhão para desenvolver projetos da pasta. “É basicamente quando você tem uma corrida, um carro da Fórmula 1, você quer aumentar a velocidade do carro e corta o motor”, afirmou.
Projeto Sirius
O laboratório é um dos projetos científicos mais inovadores e modernos no Brasil. Ele está em construção em Campinas (SP) e, até agora, já tem toda a sua obra civil concluída e apenas aguarda testes no principal acelerador de elétrons.
Com a luz síncroton gerada pelo Sirius, os pesquisadores conseguirão analisar em escala de átomos e moléculas diversos materiais. Desta maneira, inúmeras áreas da pesquisa brasileira e internacional podem ser revolucionadas. Na área da saúde, por exemplo, ele permite um melhor estudo do cérebro humano, possibilitando o desenvolvimento de cura ou tratamentos para doenças degenerativas como Parkinson e Alzheimer.
Em outros setores como o de energia e petrolífero, ele pode baratear os custos e expandir a produção em áreas como no pré-sal e ajudar na construção de baterias com maior duração.
Hoje em dia, apenas a Súecia está operando um laboratório de 4ª geração de luz síncroton, o MAX-IV.
Via: G1