Luz vermelha profunda ‘recarrega baterias’ das retinas e melhora visão

Indivíduos com mais de 40 anos apresentaram melhora de 20% na detecção de cores; estudo usa simples lanternas de LED
Vinicius Szafran29/06/2020 21h25, atualizada em 29/06/2020 21h47

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Conforme envelhecemos, podemos perceber que diferentes partes do corpo vão gradativamente perdendo desempenho. As retinas são um exemplo de uma parte que envelhece mais rápido que as outras, mas um estudo pode ajudar a interromper essa redução. Pesquisadores da University College of London (UCL) descobriram que expor o olho humano à luz vermelha profunda por três minutos ao dia pode melhorar o declínio da visão.

De acordo com um estudo publicado na Journals of Gerontology, a função celular diminui com a idade devido à menor densidade de mitocôndrias nas células fotorreceptoras da retina. As mitocôndrias são responsáveis pela produção de energia nas células, aumentando a função celular. As células fotorreceptoras necessitam de muita energia; logo, sua função celular é reduzida com o passar do tempo.

No entanto, após serem expostas à luz infravermelha profunda, com comprimento de onda de 670 nanômetros, seu desempenho melhorou, assim como a visão dos voluntários do estudo. “A tecnologia é simples e muito segura, usando uma luz vermelha profunda de um comprimento de onda específico, que é absorvido pelas mitocôndrias na retina que fornecem energia para a função celular”, explicou Glen Jeffery, professor do Instituto de Oftalmologia da UCL e principal autor do estudo, em comunicado.

Para a pesquisa, 12 participantes do sexo feminino e 12 do sexo masculino, com idades variando entre 28 e 72 anos, tiveram sua sensibilidade ocular verificada antes dos testes. Na sequência, eles foram convidados a olhar para uma pequena lanterna de LED por três minutos ao dia durante duas semanas. Jeffery comparou o processo a “recarregar uma bateria”.

Reprodução

Pesquisadores utilizaram lanternas de LED simples no experimento. Imagem: UCL

Os resultados foram significativos. O teste revelou pouco impacto nos indivíduos jovens, mas a capacidade dos participantes com 40 anos ou mais de detectar cores aumentou em 20%. Esse mesmo grupo também apresentou melhora na baixa sensibilidade à luz.

“As mitocôndrias têm características específicas de absorção de luz que influenciam seu desempenho: comprimentos de onda maiores que variam de 650 a 1000 nanômetros são absorvidos e melhoram o desempenho mitocondrial para aumentar a produção de energia”, afirmou Jeffery.

De acordo com o cientista, além de rápido e fácil, o processo é muito acessível para o público em geral: os dispositivos custam cerca de 12 libras (pouco menos de R$ 80 em conversão direta).

“Nosso estudo mostra que é possível melhorar significativamente a visão que diminuiu em indivíduos idosos usando breves exposições simples a comprimentos de onda da luz que recarregam o sistema de energia que diminuiu nas células da retina, como recarregar uma bateria”, concluiu o pesquisador.

Via: Futurism

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital