Japão se junta aos EUA e Europa na regulamentação de grandes empresas

Iniciativa tem como principal objetivo investigar acordos fechados por grandes companhias de tecnologia, como Google, Facebook, Amazon e Apple
Equipe de Criação Olhar Digital19/10/2020 15h40

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Segundo Kazuyuki Furuya, presidente da Comissão de Comércio Justo do Japão (FTC), o país unirá forças com os Estados Unidos e a Europa para combater quaisquer abusos de mercados cometidos pelas quatro grandes empresas de tecnologia do mundo – Google, Apple, Amazon e Facebook.

Furuya também disse que o país poderá abrir investigações para acompanhar qualquer fusão ou fechamento de negócios envolvendo a fabricante de rastreadores fitness Fitbit. Obviamente, o órgão destaca que isso só deve ocorrer se a proposta de acordo for significativa.

“Se o tamanho de qualquer fusão ou negócio fechado for grande, podemos lançar uma investigação antimonopólio no processo do comprador de adquirir uma startup (como a Fitbit). Estamos acompanhando de perto os desenvolvimentos, inclusive na Europa”, disse Furuya à Reuters.

Em agosto, reguladores da União Europeia abriram uma investigação para verificar as condições de um acordo, avaliado em US$ 2,1 bilhões, para compra da Fitbit por parte da Alphabet, dona do Google. “Trabalharemos em estreita colaboração com nossos colegas americanos e europeus, e responderemos a qualquer movimento que atrapalhe a competição”, declarou o presidente do órgão.

Furuya, que assumiu o cargo em setembro, também disse que a FTC conduzirá uma pesquisa de mercado para avaliar se os serviços de telefonia móvel oferecidos no Japão podem ser melhorados para estimular a concorrência.

Rede de satélites

Estados Unidos e Japão planejam instalar uma rede de mil pequenos satélites na órbita baixa da Terra para aprimorar o rastreamento de mísseis de última geração. Segundo o site de notícias Asia Nikkei, o projeto é uma resposta aos programas bélicos da China, Rússia e Coreia do Norte.

As três nações desenvolvem novas armas que poderiam evadir os sistemas de defesa norte-americanos e japoneses. Pequim e Moscou trabalham em mísseis hipersônicos capazes de voar em grandes velocidades em baixas altitudes. Já o governo de Kim Jong-Un testa mísseis que mudam de trajetória.

O atual sistema espacial antimíssil norte-americano opera em altitudes de 36 mil km. Isso dificulta que os recursos de defesa sejam capazes de detectar mísseis de tecnologia avançada. Para contornar o problema, a nova frota de satélites será posicionada em uma faixa de 300 a mil quilômetros de altitude.

Os EUA pretendem equipar 200 sondas com sensores infravermelho de detecção de calor voltados ao rastreio de mísseis. O Japão planeja aderir ao projeto e deve colaborar no desenvolvimento dos sensores e no design das espaçonaves. A baixa altitude, bem como o amplo alcance de cobertura da rede, permitirá que os satélites coletem informações detalhadas da superfície da terrestre.

Desde 2014, a Rússia desenvolve um sistema de ‘mísseis antissatélites’, chamado Nudol. Imagem: Reprodução

Segundo o Nikkei, os satélites contarão com telescópios ópticos e sistemas de posicionamento. A proposta é que a rede também monitore o percurso de navios de guerra, aviões de combate e tropas terrestres.

O custo estimado do projeto está em torno de US$ 9 bilhões (R$ 50 bilhões). Os Estados Unidos esperam lançar 30 satélites experimentais até 2022 e iniciar a operação da rede por volta de 2025. O governo norte-americano e o governo japonês ainda discutem detalhes do acordo, mas a parceria deve aprofundar o compartilhamento de recursos de inteligência entre os dois países.

Via: Reuters