Intel usa novo tipo de processador para criar um “cérebro artificial”

Sistema é resultado da junção de 64 processadores Loihi da empresa. Com isso, é possível processar informações equivalentes a oito milhões de neurônios
Luiz Nogueira17/07/2019 16h00, atualizada em 17/07/2019 18h35

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Máquinas que imitam as funções dos cérebros humanos estão evoluindo cada vez mais. Esse campo de estudos vem progredindo rapidamente desde seu surgimento na década de 1980, e agora a Intel anunciou um novo sistema que imita algumas funções do cérebro humano e que possui uma impressionante capacidade de processamento de informações.

O projeto, que recebeu o nome de Pohoiki Beach, integra 64 “processadores neuromórficos” de codinome Loihi. Cada chip tem o equivalente a 130 mil neurõnios, equivalente a “meio cérebro” de uma mosca das frutas, e o sistema inteiro equivale a 8 milhões de neurônios, capacidade similar à de um peixe-zebra ou “paulistinha”. É um valor ainda longe dos 86 bilhões de neurônios de um cérebro humano, mesmo assim, são números impressionantes.

Rich Uhlig, diretor administrativo do Intel Lab, disse que os envolvidos no projeto estão bastante impressionados com os resultados obtidos até o momento, e que essa tecnologia vai servir para facilitar a resolução de questões complexas de computação. Esse pode ser um grande passo para a melhoria nos sistemas de Inteligência Artificial.

O fluxo de trabalho desse equipamento é otimizado para tarefas específicas. O reconhecimento de objetos é talvez a tarefa mais amplamente realizada, e é onde as redes do Pohoiki Beach se destacam por se assemelharem a alguns processos de cérebros orgânicos. Outros exemplos do que o sistema pode fazer por conta própria seria jogar pebolim, adicionar inteligência cinestésica a próteses de membros e até mesmo entender o toque da pele de maneira similar a um humano ou animal.

O Pohoiki Beach parece ser a segunda etapa no processo de desenvolvimento da Intel. O próximo passo a ser conquistado pela empresa é uma integração maior de chips Loihi, que será batizada de Pohoiki Springs e tem previsão de lançamento ainda para este ano.

Esse projeto ainda está em fase de pesquisas, mas este e outros projetos semelhantes de concorrentes como IBM e Samsung devem abrir caminho para aprimoramentos mais rápidos da tecnologia e até mesmo seu uso comercial.

Via: ARS Technica

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital