Dez anos atrás a China não tinha nenhum porta-aviões. Hoje tem dois. E em breve pode ter muitos mais, segundo imagens de satélite divulgadas pela Reuters. As fotos mostram uma ‘fábrica’ de porta-aviões no estaleiro de Jiangnan, em Shanghai, em plena operação, com componentes pré-fabricados de um navio já no local e obras de expansão da estrutura atual.

Quando comparadas a fotos feitas em abril deste ano as novas imagens, obtidas no mês passado, mostram a construção de uma grande doca, incluindo um ancoradouro com 1 km de extensão no que, um ano atrás, era uma área rural abandonada.

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Progresso na ampliação da doca no estaleiro de Jiangnan

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Segundo Matthew Funaiole, analista do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) nos EUA, “É difícil imaginar que tudo isso esteja sendo feito para um navio só. Parece mais com um espaço especializado para porta-aviões e outros grandes navios”.

A julgar pelos componentes visíveis nas fotos e sua posição, bem como o maquinário envolvido, o casco da embarcação, que se supõe que seja um porta-aviões Tipo 002, estará pronto em 12 meses. A partir daí, deverá ser movido para uma outra doca, para receber seus equipamentos.

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Casco do navio em construção

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O Tipo 002 será o primeiro porta-aviões projetado inteiramente na China, e segundo Funaiole será maior que o Charles de Gaule, da França, que tem 42.500 toneladas. Porém, será menor que os “Super Porta Aviões” de 100.000 toneladas operados pelos EUA.

O primeiro porta-aviões do país, o Liaoning, nasceu com o nome de Varyag e começou a ser construído para a marinha soviética em 1985, mas nunca foi finalizado. O casco abandonado foi comprado pelos Chineses em 1998, oficialmente com o propósito de ser um “hotel cassino flutuante” em Macau.

Extensivamente analisado e reconstruído pela marinha Chinesa, ele entrou em atividade como o Liaoning em 2012, oficialmente designado como um porta-aviões Tipo-001. Um segundo porta-aviões, baseado nas plantas e tecnologia obtidas com a análise do Varyag e construção do Liaoning, foi completado em Abril de 2018 e designado como Tipo-001A.

De acordo com especialistas consultados pela Reuters, o Liaoning e seu irmão servirão como ‘plataforma de treinamento’ para formar as equipes que irão operar uma frota que pode chegar a seis porta-aviões até 2030. Para fins de comparação, a Rússia tem apenas um porta-aviões em operação, o “Almirante Kuznetsov”, que curiosamente é irmão do Liaoning e Tipo-001A.

Fonte: Reuters