Governo alemão proíbe funcionários de usarem WhatsApp

Comissariado para privacidade de dados está preocupado com o uso que a empresa pode fazer dos dados dos usuários. Alguns órgãos enviaram para a população informações sobre a Covid-19 pelo app
Renato Mota19/05/2020 18h25

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O governo da Alemanha está proibindo funcionários dos ministérios e instituições federais de usar o WhatsApp como aplicativo de troca de mensagens. Em uma carta às agências do governo federal, o comissário de privacidade de dados Ulrich Kelber disse que os órgãos devem respeitar, e não negligenciar, a proteção de dados “mesmo nestes tempos difíceis”.

Autoridades alemães têm recorrido ao app como ferramenta para entrar em contato com cidadãos sobre temas relacionados à epidemia da Covid-19 – o que gerou reclamações. “Mesmo apenas enviando mensagens, os metadados são entregues ao WhatsApp de toda forma”, disse Kelber.

O comissário acredita ainda que essas informações foram encaminhadas diretamente ao Facebook, dona do WhatsApp. Os endereços locais e IP dos usuários “contribuem, mesmo que apenas como um pequeno pedaço do mosaico, para o aumento do armazenamento de perfis pessoais”, escreveu.

Em sua defesa, o WhatsApp rebateu Kelber dizendo que o serviço de mensagens não encaminhava dados do usuário para o Facebook utilizar em publicidade online. “O WhatsApp não pode ler as mensagens porque elas são criptografadas por padrão”, disse o porta-voz da empresa.

A preocupação do governo da Alemanha com um possível mal uso dos dados não se restringe a apps de comunicação. A prefeitura de Munique, que em 2017 trocou o sistema operacional Linux pelo Windows, decidiu reverter a mudança em favor do programa open-source.

“Onde for tecnológica e financeiramente possível, a cidade dará ênfase aos padrões abertos e ao software livre com licenciamento open-source”, afirmou um comunicado feito por políticos da coligação entre o recém-eleito Partido Verde e os Social-Democratas. “Vamos aderir ao princípio ‘dinheiro público, código público’. O que significa que enquanto houver dados pessoais ou confidenciais envolvidos, o código-fonte do software da cidade também será tornado público”, completam.

A medida foi finalizada no domingo e elaborada para estar em vigor até 2026.

Via: Deutsche Welle/Pplware

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital