O FBI pode não precisar de bancos de dados espiões ou registros telefônicos para obter informações sobre algum suspeito. Como? Pedindo ajuda de uma empresa de viagem. Segundo a Forbes, o departamento federal está usando informações da Sabre, maior detentor de dados de viagens no mundo, para vigiar seus alvos.

Em dezembro de 2019, por exemplo, o FBI pediu a empresa uma vigilância “em tempo real” de Deepanshu Kher, fugitivo indiano. Depois de receber as ordens de viagem, transações e reservas do procurado, o departamento de investigação o encontrou e prendeu em janeiro. Além disso, utilizou dados de viagens de Alexei Burkov, operador de um site de fraudes de cartões, para capturá-lo.

O uso de empresas com dados de viagens para monitorar as pessoas levanta preocupações significativas sobre a privacidade das pessoas. A Sabre e suas concorrentes possuem grandes quantidades de dados que podem estar sujeitos a abusos das agências de investigações governamentais. O FBI pode ter usado a Lei All Writs, a mesma usada para tentar forçar a Apple a entregar dados de iPhones, para pedir as informações de Kher.

 

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FBI utiliza dados de empresas de viagens para procurar seus alvos. Foto: Reprodução

Coleta de dados

O FBI está cada vez mais ligado no que acontece pelas redes sociais e internet no geral. Os registros da agência americana mostram um foco crescente no uso das mais recentes ferramentas do setor privado para vigilância em massa, como contratos com empresas que monitoram postagens nas redes e coletam dados de localização de smartphones.

Logo após o início das manifestações por conta do assassinato de George Floyd, em 26 de maio, o FBI assinou um acordo para estender seu relacionamento com a Dataminr, empresa que monitora as redes sociais. Além disso, modificou um contrato com a Venntel, empresa que mapeia e vende a movimentação de milhões de americanos.

Via: Engadget