Na semana passada, o Facebook anunciou que tomaria medidas para conter, ainda mais, o discurso de ódio em sua plataforma. Dessa vez, a motivação foram as eleições de Myanmar, país situado no sudeste da Ásia. Segundo comunicado da rede social, entre o início de setembro e o dia 22 de novembro, toda e qualquer tipo de desinformação que possa prejudicar, suprimir ou influenciar diretamente o voto, será removida.
O país foi o estopim para essa vistoria mais rigorosa, devido à ataques étnicos que aconteceram por lá em 2017 e foram executados por militares. Desde então, as redes sociais em Myanmar se tornaram “inabitáveis” com a constante incitação pela violência contra o povo Rohingya. A minoria muçulmana, de cerca de 730 mil, teve que deixar o país, devido à violência gratuita vinda de uma nação onde a maioria dos habitantes é budista.
“Por exemplo, removeremos posts que dizem que algum dos candidatos é bengali e não é cidadão de Myanmar, tornando-o inelegível à candidatura”, exemplificou o Facebook.
Militarismo influente e fácil acesso às redes sociais foram fatores determinantes para a promoção do conflito religioso de Myanmar. Créditos: SOMRERK WITTHAYANANT / Shutterstock.com
Monitoramento da rede
O Facebook afirmou que estava trabalhando com dois parceiros para efetuar as verificações, tanto de perfis pessoais quanto de páginas relacionadas ao período eleitoral de Myanmar. Afim de intensificar a fiscalização nesse espaço de tempo, a empresa contratou um terceiro “ajudante”. Agora o monitoramento conta com a BOOM, AFP Fact Check e Fact Crescendo, todas empresas especialistas na checagem de veracidade das informações.
O Facebook ainda lançou uma nova regra dentro de suas redes sociais, limitando o número de encaminhamentos por mensagem a cinco contatos. O recurso está disponível apenas em Myanmar para o período eleitoral, mas a empresa estuda levar a nova ferramenta para o Facebook Messenger de forma universal.
As eleições em Myanmar acontecem no dia 8 de novembro. Este será apenas o segunda pleito democrático do país asiático.
Fonte: Reuters