Facebook inclui brasileiro em ‘comitê de ética’ que pode reverter decisões de Zuckerberg

Empresa selecionou 20 pessoas para grupo independente que vai supervisionar, principalmente, questões de remoção de conteúdo na plataforma
Equipe de Criação Olhar Digital07/05/2020 01h40

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Após uma sequência de crises que arranharam a imagem da empresa, o Facebook anunciou nesta quarta-feira (6) uma leva de pessoas que farão parte de um comitê independente que supervisionará as ações da empresa e terão o poder de reverter decisões tomadas pelo CEO e fundador, Mark Zuckerberg. Na prática, é uma “Suprema Corte” que monitora a companhia.

O foco dessa nova equipe será direcionado para solucionar a corda bamba entre o que é moderação e o que é censura. Para levar em conta as complicadíssimas questões culturais, esse comitê é internacional, formado por 20 pessoas que viveram em 27 países e dominam um total de 29 idiomas. Entre elas há um brasileiro, Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.

Entre eles, há quatro líderes, sendo que dois deles são americanos, incluindo o juiz federal e especialista em liberdade religiosa Michael McConnel e o especialista em direito constitucional Jamal Greene. Também há dois membros internacionais: a advogada Catalina Botero-Marino e a ex-primeira-ministra da Dinamarca Helle Thorning Schmidt.

Segundo Nick Clegg, diretor de assuntos globais do Facebook, confirmou à Reuters que a equipe começará a trabalhar imediatamente e começará a julgar casos a partir do terceiro trimestre.

A expectativa da empresa é que o grupo aumente com o tempo e tenha 40 membros. Para isso, o Facebook destinou um orçamento de US$ 130 milhões, que permitirá que o comitê se mantenha por pelo menos seis anos.

Ao menos durante esse período, o grupo terá a função de definir decisões definitivas sobre os casos mais controversos de moderação na rede social. Inicialmente, a companhia espera que o comitê tenha poucos casos sob suas responsabilidade, já que não são muitos os conteúdos removidos que caiam em uma esfera tão cinzenta entre o que é moderação e o que é censura.

O Facebook também poderá levar ao comitê outras questões da rede social que não estejam diretamente ligados à questão de conteúdo removido. Isso pode incluir, por exemplo, temas ligados a anúncios ou grupos na rede social. A partir da recomendação, o Facebook deverá emitir uma resposta pública.