Facebook e YouTube receberam mais de 2.300 transmissões piratas do Super Bowl

As duas plataformas de vídeo também concentraram mais de 10 milhões de espectadores em transmissões irregulares
Equipe de Criação Olhar Digital06/02/2020 21h30

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Você pode não saber nada sobre esportes, mas provavelmente sabe que no último domingo aconteceu o Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano dos Estados Unidos. Com audiência de cerca de 100 milhões de pessoas no mundo todo, o jogo também foi um sucesso de público nas partes mais sombrias do Facebook e do YouTube, nos quais mais de 12 milhões de espectadores acompanharam a partida por meio de transmissões piratas.

A empresa de monitoramento de pirataria VFT Solutions publicou o resultado do acompanhamento de plataformas de vídeo e percebeu pelo menos 2.650 transmissões irregulares do jogo. Para isso foram acompanhados o Facebook, o YouTube, o Twitch, o Periscope e o VK, rede social russa que já foi amplamente criticada pela falta de controle sobre pirataria. O número leva em conta as transmissões me tempo real e o “on-demand”, que inclui o público que assistiu ao jogo depois do seu encerramento, por um período de até três horas do fim do evento.

O Facebook se mostrou como o ambiente mais prolífico para as transmissões ilegais do jogo. Segundo o estudo, 70,6% dos casos foram registrados na rede social de Zuckerberg, seguido de longe pelo YouTube com 20,8%. O restante foi dividido entre Periscope, com 4,8%, Twitch, com 3,6% e VK, com 0,6%.

Apesar de o Facebook contar com mais transmissões, o público pirata demonstrou clara preferência pelo YouTube. Cerca de 62,9% dos espectadores se concentraram no serviço do Google, enquanto 22,7% preferiram o Facebook. Mesmo com poucas transmissões, o Periscope atingiu 13,1% do público, enquanto Twitch e VK juntos reuniram 1,3% do público pirata.

Esse tipo de transmissão costuma ser um jogo de gato e rato. O monitoramento de conteúdo pirata nessas plataformas costuma ser intenso, e as transmissões tendem a cair dentro de pouco tempo. Segundo a VFT, mais de 60% deste público assistiu ao jogo por menos de 15 minutos, e um dos motivos para isso foi justamente a instabilidade das transmissões. Algumas das exibições, no entanto, conseguiram se manter estáveis até o final do jogo; o requisito principal é não atrair muita atenção.

Na visão da empresa, no entanto, essa é uma forma ruim de lidar com as exibições piratas de evento esportivos. A empresa acredita que, ao derrubar uma transmissão, a única coisa que acontece é espalhar os espectadores para outras transmissões piratas. A recomendação é orientá-los sobre as formas legais de consumir o conteúdo em vez de simplesmente interromper o vídeo. Não à toa, a VFT oferece esse serviço de orientação aos seus clientes, contatando usuários nas plataformas de chats e mensagens diretas sobre as alternativas legítimas.

A métrica da VFT, no entanto, leva em conta apenas as grandes plataformas de vídeo, então é provável que haja muito mais espectadores piratas do Super Bowl recorrendo a sites mais obscuros. Nestes espaços, as transmissões costumam ter menos qualidade, conter mais anúncios invasivos e possivelmente malignos, mas o vídeo não costuma ser derrubado por solicitações de direitos autorais.