Quem vê o Facebook como o gigante das plataformas sociais normalmente pode se esquecer do quão abrangente pode ser a tecnologia desenvolvida pela companhia. Graças a uma parceria com um hospital nos Estados Unidos, pesquisadores conseguiram utilizar inteligência artificial para reduzir drasticamente o tempo para realização de um exame de ressonância magnética.
O projeto, chamado de FastMRI é conduzido pelo Facebook em parceria com o Centro Médico da Universidade de Nova York em Langone desde 2018. Ele alcança esta façanha utilizando IA para construir imagens geradas pelo equipamento de ressonância magnética utilizando 4 vezes menos dados quanto o exame normalmente requereria. Como a coleta desses dados é justamente o que torna o procedimento tão lento, a tecnologia agilizaria de forma notável a realização dos exames.
Em estudo publicado nesta terça-feira (18) no American Journal of Roentgenology, os pesquisadores forneceram as imagens geradas por inteligência artificial do FastMRI e as geradas pela técnica convencional a especialistas. Os radiologistas participantes produziram os mesmos diagnósticos nos dois casos; não só isso, mas os examinadores também apontaram que as imagens produzidas pela IA eram de qualidade mais alta do que as tradicionais.
Os resultados foram alcançados com ressonância magnética que focou na análise de lesões no joelho. Os pesquisadores ainda esperam ampliar o uso da inteligência artificial para outros usos, e já estão vendo alguns resultados positivos preliminares. Quando questionado pelo Olhar Digital, o professor Michael Recht, da New York University, afirmou que a inteligência artificial já está sendo experimentada para gerar imagens do cérebro com até 10 vezes menos dados do que a técnica convencional de ressonância magnética.
Por ser um projeto de código aberto, não há um impeditivo que impeça a difusão da tecnologia. Ela estará disponível para fabricantes de equipamentos de ressonância ou outros profissionais que quiserem fazer uso dela o quanto antes.
Os pesquisadores citam como uma vantagem em potencial da tecnologia a possibilidade de tornar a ressonância mais acessível. Com o exame realizado em menos tempo, é possível aliviar a agenda, permitindo que mais pacientes façam uso da máquina, oferecendo um melhor custo-benefício no maquinário. Para o público, ainda há a vantagem óbvia de diminuição do desconforto, já que o procedimento prolongado é incômodo e pode durar uma hora, o que é ruim especialmente se o paciente estiver com dores.