Mais dois ex-funcionários da eBay confessaram participar da campanha de perseguição cibernética contra um casal de Massachusetts (EUA) para retaliar publicações negativas, escritas pelos cônjuges, contra a empresa de e-commerce. Na última sexta-feira (30), foi a vez de Brian Gilbert e Stephanie Stockwell admitirem envolvimento no caso e se juntarem a outros três ex-empregados que já haviam assumido culpa.

De acordo com promotores federais em Boston, Gilbert e Stockwell não só revelaram integrar a equipe obcecada em assediar psicologicamente o casal de editores da EcommerceBytes, como também conspiraram para adulterar uma testemunha durante as investigações.

“Cometi um erro e preciso admitir isso”, disse Gilbert durante a audiência, realizada de forma virtual por conta da pandemia do coronavírus.

Com a confissão, os promotores concordaram em recomendar uma sentença de prisão de 37 meses para Gilbert, ex-gerente sênior de operações especiais da eBay, e de 24 meses para Stockwell, ex-gerente do centro de inteligência global do eBay. No entanto, o cumprimento das penalidades devem ter início somente no ano que vem.

Outros três ex-funcionários já haviam declarado culpa no caso: Philip Cooke, Stephanie Popp e Veronica Zea. Outros dois ex-executivos do eBay, James Baugh e David Harville, foram presos e acusados em 15 de junho, mas não entraram em processo.

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Cinco dos sete envolvidos já admitiram envolvimento no caso; outros dois ex-fucionários foram presos, mas não entraram em processo. Foto: Bill Oxford/Unsplash

Entenda o caso

Tudo começou em 2019, quando executivos de alta cúpula da eBay entenderam como “críticas”, postagens online de um casal de Massachusetts que mencionavam negativamente a companhia de e-commerce.

O grande problema deu-se na reação dos funcionários: ao invés de buscar uma aproximação amigável com os dois editores do EcommerceBytes, sete empregados da eBay resolveram assediar anonimamente o casal. A ideia era aterrorizar e, posteriormente, oferecer ajuda em nome da eBay, atribuindo uma imagem de “herói” à empresa.

Os ataques começaram com envios anônimos de produtos para lá de bizarros para o casal. Máscara de porco ensaguentada, coroa de flores, aranhas e baratas vivas foram alguma das entregas destinadas aos cônjuges.

A equipe também criou uma conta fake no Twitter para assediar e ganhar a atenção do casal. Não contentes, os ex-funcionários da eBay também perseguiram os cônjuges em vias públicas e planejavam instalar um GPS no carro das vítimas para segui-los.

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Ataques teriam acontecido durante a gestão do ex-CEO da eBay Devin Wenig, que nega ciência do caso. Foto: Internet Association/Flickr

A farsa só começou a cair quando um funcionário da eBay tentou entrar em contato com o casal para oferecer ajuda, ao mesmo tempo em que a polícia conseguiu ligar o aluguel de um dos carros que haviam perseguido os cônjuges a um dos empregados da empresa de e-commerce.

Ao final de 2019, todos os sete suspeitos de integrar a operação de ataques contra o casal haviam sido demitidos e os processos judiciários contra os mesmos tiveram início em 2020.

Via: Reuters e Neofeed