A Caterpillar, uma das maiores empresas de construção do mundo, planeja adaptar sua gama de equipamentos de mineração autônomos e de controle remoto para o uso no espaço. Mais precisamente, em locais onde se pode extrair recursos. Ou seja, a ideia da empresa é adaptar seus veículos para minerar a Lua, por exemplo.

A Nasa já colaborou com a Caterpillar entre 2004 e 2013 em um projeto de construção e robótica. A porta-voz da Nasa, Clare Kelly, disse à CNBC que “existem muitas sinergias entre o que a Nasa precisa para atingir as metas de exploração e as tecnologias da Caterpillar usadas todos os dias na Terra”, embora não tenha sido mencionado nenhum tipo de plano formal entre a empresa e a Nasa.

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Expedições de mineração para a Lua, Marte e até asteroides estão nos planos da Nasa há décadas. A mineração de solo lunar em busca de água, oxigênio e outros materiais preciosos será uma etapa crítica no desenvolvimento de uma presença sustentável na superfície lunar.

Hipóteses sugerem que a Nasa pode estar interessada em extrair uma forma rara de hélio, chamada hélio-3, da Lua. O isótopo leve do gás pode ser usado como fonte de combustível nos reatores de fusão nuclear.

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Viagem de volta

Entretanto, mesmo que esses planos de mineração se concretizem, é improvável que o material extraído seja trazido para a Terra.

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Angel Abbud-Madrid, diretor do Centro de Recursos Espaciais da Escola de Minas do Colorado, disse à CNBC que “a análise econômica não faz sentido”. Ele levou em conta os custos para identificar, extrair, processar, refinar e transportar as extrações de volta para a Terra. Ainda de acordo com ele, isso seria um “pesadelo logístico”.

A melhor aposta da aplicação do conteúdo extraído é um conceito chamado utilização de recursos ‘in situ’. Essencialmente, todos os materiais extraídos na superfície lunar seriam convertidos em subprodutos úteis no local.

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Equipamentos disponíveis

Os veículos autônomos para esse tipo de serviço são bastante variados. Com a utilização de um radar e um GPS altamente especializado, esses veículos podem se movimentar em diversos tipos de terreno e identificar possíveis riscos em seu caminho.

As máquinas atuais usam um computador de bordo, equipado com inteligência artificial e outro software para interpretar dados, de acordo com a Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos.
Essas máquinas pesadas foram criadas para ambientes agressivos e empoeirados, mas na Lua teria que enfrentar desafios adicionais, como as constantes ondas de radiação cósmica e possíveis ataques de meteoritos.

Seu uso na Terra

Equipamentos de mineração e construção autônomos estão em uso há décadas. Sua ampla aplicação ocorreu após o Monte Unzen, no Japão, entrar em erupção no início dos anos 90.

Veículos de construção autônomos foram usados para construir barragens para controlar o fluxo de lama vulcânica em regiões de vulcões ativos, fazendo com que os operadores pudessem trabalhar em segurança.

A autonomia tira o riscos muitas vezes perigosos. Máquinas autônomas e operadas remotamente são menos propensas a erros do operador, e os trabalhadores são capazes de controlar os veículos a partir de um local seguro.

Via: Popular Mechanics