A empresa americana Difbot criou uma inteligência artificial que aprende lendo todos as páginas públicas da web, em diferentes línguas. A IA analisa e extrai a maior quantidade de fatos possíveis desses locais, transformando os dados em pequenos parágrafos informativos.
A tecnologia funciona com a criação de uma rede interconectada e extensa de fatos, utilizando uma técnica conhecida como gráfico de conhecimento. A mesma base é empregada em pesquisas do Google para apresentar um pequeno resumo de informações sobre uma busca, em um quadro acima dos resultados encontrados pela ferramenta na web.
Mas, diferentemente do Google, que utiliza a técnica apenas em buscas populares, a Difbot quer que sua inteligência artificial aplique-a em tudo, criando o maior gráfico de conhecimento possível.
IA cria uma rede de informações por meio de uma técnica conhecida como gráfico de conhecimento. Créditos: YurshankaSiarhei/Shutterstock
Para coletar fatos, a IA navega a web em uma versão “turbinada” do Chrome, categorizando as páginas que encontra com um algoritmo de reconhecimento de imagens. Então, ela identifica os elementos mais importantes dessas páginas, (manchete, autor ou a descrição e o preço de um produto, por exemplo) e utiliza o processamento de linguagem natural para extrair essas informações.
O sistema da Difbot navega pela internet sem pausas e reconstrói seu gráfico de conhecimento de quatro em quatro dias, recolhendo cerca de 150 milhões de novos dados por mês. Com seus algoritmos de aprendizagem, a ferramenta conecta esses novos fatos com os antigos, aumentando sua rede de informações.
Snapchat e DuckDuckGo
A IA da Difbot rendeu à empresa cerca de 400 clientes. O Snapchat é um deles, utilizando a ferramenta para destacar manchetes em sites de notícia. A ferramenta de pesquisa DuckDuckGo também usa a plataforma, para ter caixas de informações semelhantes às do Google.
Até mesmo empresas como a Nike e a Adidas fazem uso do mecanismo, para encontrar de forma rápida páginas que comercializam produtos pirateados das marcas.
Por enquanto, os clientes da Difbot ainda precisam interagir com a inteligência artificial por meio de códigos. Mas a meta da companhia é criar uma interface para usuários, o que Mike Tung, CEO da empresa, chama de “sistema universal de respostas com factoides”. Apesar do nome, ele afirma que o objetivo não é tão pretensioso: “Nós não estamos tentando redefinir o que é inteligência. Só queremos construir algo útil”, disse.
Fonte: Technology Review