Contrariando Jair Bolsonaro, que havia afirmado que só se vacinaria contra Covid-19 no Brasil quem quisesse, João Doria, governador de São Paulo, anunciou nesta sexta-feira (16), que a vacinação contra a doença no estado será compulsória se a Anvisa der o aval para a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e testada no Brasil em parceria com o Instituto Butantan.

Doria não deu muitos detalhes sobre o plano, mas já vinha dando indícios sobre essa proposta em coletivas anteriores. Agora, confirmou que deve levá-la adiante quando tiver a vacina aprovada. As únicas exceções serão as pessoas que apresentarem atestados médicos que as isentem de receber a vacina. O governador também reforçou que adotará “medidas legais se houver contrariedade nesse sentido”.

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A lei 13.979/2020, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em fevereiro, no início da pandemia, está ao lado de Doria no tema da obrigatoriedade da vacinação. O artigo 3º da lei e o inciso III abrem a possibilidade de autoridades determinarem a realização compulsória de vacinação e outras medidas profiláticas.

O que não se sabe ainda é o quão eficaz a CoronaVac é, e se ela será aprovada pela Anvisa. Os estudos preliminares foram concluídos, e o governo indica que as pesquisas devem ser apresentadas à Anvisa na segunda-feira (19). A expectativa é ter um parecer positivo para iniciar a distribuição ainda neste ano, em 15 de dezembro, mirando primeiro profissionais de saúde, seguido de professores e grupos de risco.

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O Butantan já afirmou que buscará o registro da vacina se ela apresentar uma eficácia mínima de 50%, que também é o patamar mínimo anunciado pela Anvisa, seguindo a mesma indicação do FDA nos Estados Unidos.