Dinheiro digital de bancos centrais pode pressionar ‘substituição monetária’

Segundo Fundo Monetário Internacional, criptomoedas e notas estrangeiras podem substituir o dinheiro doméstico, além de impulsionar fluxos ilícitos de capital
Redação19/10/2020 17h45, atualizada em 19/10/2020 18h21

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Os dinheiros digitais e as criptomoedas estão ganhando cada vez mais notoriedade e utilidade. Pensando nisso, bancos centrais (BCs) ao redor do mundo começaram a estudar a emissão das próprias moedas digitais. Essa medida, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) pode fazer com que as moedas domésticas percam espaço, inclusive para dinheiro estrangeiro. Além disso, pode impulsionar fluxos ilícitos de capital se não houver amparo apropriado.

Por trás dos estudos dos BCs há um temor da perda de controle sobre os sistemas de pagamentos se moedas de agentes privados, como a Libra, do Facebook, forem amplamente aceitas pela população. Para o FMI, as consequências políticas e econômicas dessa ideia depende da adoção pelo público, o que é difícil de prever.

A substituição da moeda local tem potencial para reduzir a estabilidade da demanda do dinheiro e enfraquecer o impacto da política monetária. Sem salvaguardas devidas, a moeda estrangeira e as criptomoedas também podem “impulsionar fluxos ilícitos e tornar mais difícil para autoridades locais o controle de movimentos de capital”, acrescentou o FMI.

ReproduçãoBanco Central do Brasil é um dos que iniciou estudos sobre a emissão de moeda digital. Foto: rafastockbr/Shutterstock

Apesar disso, o Fundo Monetário Internacional destaca que os benefícios da ação são “conceitualmente claros”, mesmo que sejam difíceis de se quantificar. Um exemplo disso seriam os custos menores para as transações. As emissões de criptomoedas também podem ajudar moedas a se internacionalizarem ou conseguirem condições de moeda de reserva.

A China afirma publicamente que quer ser o primeiro país a ter uma moeda digital oficial. O governo acredita que a medida deve reduzir sua dependência sobre o sistema de pagamentos global, que é baseado no dólar.

Moeda digital do BC brasileiro

O Banco Central anunciou, em agosto, a criação de um grupo de estudos para discutir os impactos da implementação de uma moeda digital no Brasil. A iniciativa visa analisar os efeitos da medida sobre a estabilidade financeira e a política monetária e econômica do país.

A instituição pretende investigar o alcance potencial de uma moeda digital, assim como os benefícios que o recurso poderia trazer para a sociedade brasileira. “A emissão de moeda digital por bancos centrais (central bank digital currency – CBDC) pode ser uma possibilidade para aprimorar o modelo vigente das transações comerciais entre as pessoas e mesmo entre países”, dise o Banco Central, em nota.

Via: Uol

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital