Criptomoeda XRP ganha espaço no comércio tradicional

Moeda digital fornece transações rápidas e de baixo custo, algo que o bitcoin e outras concorrentes digitais falharam em grande parte
Liliane Nakagawa10/10/2019 19h04, atualizada em 11/10/2019 00h10

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Lançada há sete anos, a XRP, também chamada de Ripple, ganha espaço no comércio tradicional, enquanto a Libra ocupa as manchetes do momento. Até agora, a moeda é um dos exemplos mais bem-sucedidos de tentativas de construir criptomoedas capazes de se inserir no mercado financeiro e no comércio.

Apesar de despontar como uma promessa em termos de transações rápidas e de baixo custo, algo que o Bitcoin e outras concorrentes digitais falharam em grande parte, o preço da XRP apresentou queda de um quarto até agora este ano. Apesar do Bitcoin tenha conseguido mais que dobrar o seu valor, e moedas menores, como Ethereum, conseguido pequenos ganhos, o desempenho do preço da XRP vai contra as suposições de uma correlação positiva entre o mundo real e o preço das criptomoedas.

A pretensão da criptomoeda é funcionar como uma espécie de ponte para pagamentos internacionais das empresas que a Ripple, empresa sediada na Califórnia e que desenvolveu a tecnologia, e poder também ser utilizada para o comércio eletrônico e transferências ‘peer-to-peer’ (P2P, pessoa para pessoa).

Segundo a empresa, os pagamentos usando XRP são finalizados em quatro segundos, tudo dentro da plataforma baseada em blockchain. E, foi projetada para ajudar empresas, desde provedores de pagamentos até empresas de entregas, auxiliando-as a liquidar transações instantaneamente, pagar taxas mais baixas e liberar capital normalmente vinculado a pagamentos utilizando dinheiro em espécie.

Em termos de comparação, a XRP é mais parecida com a Libra que o Bitcoin. Uma equipe de desenvolvedores da Ripple mantém o software de registro da moeda digital, administrando a tecnologia, diferentemente da ideia de contornar o sistema financeiro, não ser supervisionado e não regulamentado, que é o caso da criptomoeda original.

Outra diferença também entre as criptomoedas é, que enquanto “mineradores” de Bitcoins competem entre si usando computadores poderosos para ganhar novas moedas, toda a oferta de 100 bilhões de XRP foi criada no seu lançamento.

Quanto à Libra, as duas criptomoedas possuem mais semelhanças entre si, apesar de haver diferenças notáveis também. Ambas as moedas visam resolver problemas no setor de pagamentos, desde taxas de intermediação elevadas até longos períodos de transferência. Contudo, o público-alvo da criptomoeda do Facebook é diferente, ela está mais voltada às pessoas que não têm contas bancárias ou acesso à transferências de dinheiro mais facilmente. Já a XRP, o alvo são empresas financeiras tradicionais.

Outra diferença é o valor no mercado. Enquanto há flutuação no valor da XRP, a Libra sustenta sua estabillidade com apoio de ativos tradicionais, como depósitos bancários de curto prazo, algo já pensado para diminuir a sua volatilidade.

No entanto, apesar dos pontos em comum, a Libra, que anda enfrentando forte oposição de políticos e reguladores, pode afetar as perspectivas da Ripple, até porque os 2,4 bilhões de usuários do Facebook dão à moeda uma base de usuários existente.

Via: Reuters

Liliane Nakagawa é editor(a) no Olhar Digital