Após o lançamento da sua nova campanha publicitária “No Mask, No Ride” nos EUA, a Uber divulgou silenciosamente um novo serviço que fornecerá às autoridades de saúde pública acesso rápido aos dados de motoristas e motociclistas que supostamente entraram em contato com alguém infectado pelo novo coronavírus. As informações são da agência Reuters.

De acordo com os funcionários da empresa, o serviço é oferecido de forma gratuita e fornece aos departamentos de saúde dados sobre quando e quem usou os serviços do Uber e permite que os mesmos orientem os usuários afetados a ficarem isolados.

As informações podem ser acessadas em poucas horas, com a empresa considerando a Covid-19 uma emergência envolvendo risco de morte ou ferimentos físicos graves, conforme indicação das autoridades. Embora o Uber forneça os dados há meses, ele não foi usado em muitos hotspots de vírus nos EUA.

Rastreamento de contatos

A Reuters analisou recentemente as políticas de rastreamento de contatos realizada por 32 departamentos estaduais e locais de saúde dos EUA e constatou que a maioria não utilizava dados de rastreamento para acompanhar a propagação do vírus.

Reprodução

EUA não tinha até então uma forma de rastrear pessoas que tiveram contato com infectados pelo coronavírus. Foto: Reprodução

Os EUA, ao contrário de vários outros países não têm um programa federal ou aplicativo móvel para rastrear os contatos de pessoas infectadas pelo coronavírus, uma medida considerada crucial pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à pandemia.

Dezenas de estados dos EUA começaram a contratar nas últimas semanas milhares de trabalhadores para entrevistar pacientes infectados, identificar pessoas com quem estiveram em contato e depois ordenar que esses indivíduos se isolassem. Dados de carona podem desempenhar um papel importante nesse esforço porque identificam um conjunto maior de pessoas fora do círculo social direto de um indivíduo infectado.

“Esses dados podem potencialmente salvar vidas em cidades onde muitas pessoas usam esses serviços”, pontuou Mieka Smart, professora de epidemiologia da Michigan State University e membro do grupo de trabalho de rastreamento de contatos Covid-19.

Fornecimento de dados

A Uber, que há muito fornece dados para agentes da lei dos EUA em emergências ou investigações criminais, começou a se concentrar em questões relacionadas à saúde em 2019, quando um ressurgimento de casos de sarampo nos EUA levou vários departamentos de saúde a solicitar dados.

Na primeira metade do ano, a empresa recebeu cerca de 560 solicitações relacionadas ao coronavírus de departamentos de saúde pública em 29 países, a maioria das quais foi processada pela empresa em duas horas, de acordo com os funcionários da instituição.

Ao usar o novo portal, projetado para uso exclusivo pelos departamentos de saúde pública, os dados podem ser buscados com base em recibos de viagem ou nomes de passageiros. As autoridades de saúde são solicitadas a especificar quais ações eles querem que o Uber execute como parte do serviço.

 

Via: Venture Beat