O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou em coletiva nesta sexta-feira (28) que a instituição paulista se comprometeu a disponibilizar até 45 milhões de doses da candidata a vacina da Covid-19 Coronavac ao Sistema Único de Saúde (SUS) até dezembro de 2020. O imunizante, desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, está no estágio final de ensaios clínicos e é testado em 9 mil voluntários em São Paulo.

Nesta quarta-feira, representantes do governo do estado de São Paulo se reuniram com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, em Brasília, para discutir dois ofícios enviados pelo Butantan ao Ministério da Saúde. Os documentos solicitam aportes de R$ 85 milhões para acelerar os ensaios clínicos da vacina e R$ 60 milhões para a instalação de uma fábrica com capacidade de produzir 100 milhões de doses anuais do imunizante.

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Brasil contabiliza mais de 3,7 milhões de infectados pelo novo coronavírus. Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil

De acordo com o jornal O Globo, interlocutores dizem que as demandas serão atendidas pelo Governo Federal e o Butantan deve apresentar, até semana que vem, uma proposta formal para incluir as doses da CoronaVac no Programa Nacional de Imunizações. Na coletiva desta sexta-feira, Covas afirmou que a instituição apresentou a possibilidade de disponibilizar até 60 milhões de doses em março e 100 milhões em maio.

O governo de SP ainda espera garantir um investimento de pelo menos R$ 1,9 bilhão para aumentar a produção da vacina. Trata-se da mesma quantia que o Ministério da Saúde deve destinar à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a fabricação de 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca. O aporte bilionário para a fabricação da CoronaVac, no entanto, ainda é incerto, segundo Covas. 

Vacinação em janeiro

Em 12 de agosto, Dimas Covas, afirmou à Folha de S.Paulo que a vacinação contra a Covid-19 pode começar em janeiro no estado de São Paulo. O diretor do Instituto Butatan explicou que a previsão “não é otimista demais”. Segundo ele, a vacina avançou rapidamente porque foi desenvolvida primeiro contra a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), antes da pandemia atual.

“Com o coronavírus, foi uma adaptação, por isso ela foi feita em três, quatro meses”, disse Covas. “É uma vacina que já está pronta, esperando autorização”.

Seguindo o ritmo atual, os testes no Brasil devem ser concluídos em setembro, e, em outubro, o plano é que o imunizante já tenha sido encaminhado à Anvisa para aprovação. Até o fim do ano espera-se que 15 milhões de doses já estejam prontas para aplicação.

Via: Uol/Globo