A Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) publicou nesta semana um arquivo com dicas para usuários limitarem a exposição de informações de localização de seus celulares. Segundo o documento, as recomendações são direcionadas para usuários de sistemas da agência, mas também podem ser úteis para uma ampla variedade de pessoas.
O relatório destaca que a localização representa um dado valioso, que pode revelar desde o número de pessoas em um local até a rotina de uma pessoa. As dicas presentes no documento envolvem a necessidade de usuários abdicarem de algumas conveniências de seus aparelhos. Portanto, é importante que cada um considere o próprio perfil de risco e o nível de conforto esperado.
A primeira dica da NSA é que o serviço de localização do celular seja desativado sempre que não for necessário para a utilização do aparelho. De acordo com a agência, no entanto, desabilitar o recurso não é suficiente para reduzir o significativamente o risco de exposição.
“Desativar o serviço de localização apenas limita o acesso ao GPS e dados de localização por aplicativos. Não impede que o sistema operacional use dados de localização ou comunique esses dados à rede [de telefonia celular]”, diz o documento.
A NSA destaca que rastreamento de dados também acontece em smartwatches e outros dispositivos inteligentes. Imagem: Reprodução
Mesmo com o serviço desligado, dispositivos ainda podem fornecer dados de localização por meio de conexões Wi-Fi e Bluetooth. Websites também podem usar informações de navegadores para obter esses dados. Para minimizar o rastreamento, a agência recomenda desativar o Bluetooth e o Wi-Fi quando esses recursos não forem necessários. Uma medida ainda mais efetiva corresponde a ativar o “modo avião” sempre que não houver uso ativo do celular.
A NSA destaca que mesmo quando o serviço do celular está desligado, uma série de sensores no dispositivo pode fornecer dados suficientes para inferir a localização do aparelho. “Desativar o Bluetooth completamente pode não ser possível em alguns dispositivos, mesmo quando há configuração para desativar o recurso. Quando a conexão é restaurada, informações salvas podem ser transmitidas”.
De olho nos apps
A prevenção contra o rastreamento de aplicativos é outro fator fundamental para limitar a exposição de dados. A agência aconselha que usuários desliguem ou rejeitem as permissões de compartilhamento de dados de localização com aplicativos sempre que possível, incluindo navegadores. “No máximo, permita o uso de dados de localização apenas durante o uso do aplicativo”, aponta o relatório.
Outra dica corresponde a excluir o ID de anúncios do dispositivo periodicamente. Trata-se de um código que permite aplicativos monitorarem a atividade de um smartphone para fins de publicidade. Segundo a NSA, o ideal é limpar os registros no mínimo uma vez por semana. O Olhar Digital já publicou um guia sobre como excluir o ID de anúncios no Android e no iOS.
O documento ainda sugere a desativação de configurações de aplicativos para localizar smartphones roubados ou perdidos, como o FindMy (iOS) ou Find My Device (Android). O relatório também aconselha que usuários minimizem o uso de navegadores web no celular e configurem as plataformas para evitar o compartilhamento de dados. Em casos mais sensíveis, a NSA indica a utilização de VPN (Virtual Private Network) para ajudar a preservar a localização de acesso.
O relatório ainda chama atenção que a exposição da localização de dispositivos não ocorre somente em smartphones, mas também em outros aparelhos com conexão sem fio. Entre eles estão smartwatches, pulseiras inteligentes, sistemas de comunicação de veículos e até produtos domésticos inteligentes.
Nesses casos, as recomendações são as mesmas: vale sempre desativar o serviço de localização, wi-fi e bluetooth quando os equipamentos não exigirem esses recursos. Ainda assim, é importante ressaltar que isso somente limita os riscos de exposição.