Cientistas encontram ‘barata gigante’ no mar da Indonésia

Crustáceo, que faz parte do gênero Bathynomus, pode chegar a 33 centímetros de comprimento quando adulto
Luiz Nogueira23/07/2020 12h10, atualizada em 23/07/2020 12h25

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Muitos acreditam que as profundezas do oceano guardam coisas inimagináveis, parte disso parece ter se confirmado. Cientistas da Indonésia revelaram que descobriram o que parece ser uma barata gigante do mar. De acordo com eles, a nova descoberta pode ser um dos maiores crustáceos já vistos.

O animal, que faz parte do gênero Bathynomus, foi encontrado durante explorações no Estreito de Sunda, que fica localizado entre Java e Sumatra, duas ilhas que pertencem à Indonésia. A descoberta foi feita em profundidades que variam entre 957 metros e 1.259 metros.

A criatura nada mais é do que um isópode gigante – bichos grandes com corpos resistentes e achatados – e que vivem em grandes profundidades. Quando adultos, estima-se que podem atingir cerca de 33 cm de comprimento. No entanto, a espécie encontrada, que recebeu o nome Bathynomus raksasa, não é a maior do tipo. Outras Bathynomus podem chegar a 50 cm.

Com 14 patas, a criatura se move facilmente pelo leito oceânico em busca de comida – restos de animais marinhos mortos. Assim como outras baratas – as que vivem no solo, por exemplo – elas também conseguem viver dias sem comida.

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Estima-se que a espécie pode atingir até 33 centímetros de comprimento. Foto: Instituto de Ciências da Indonésia

Isso ocorre por conta de um metabolismo muito lento. De acordo com o Museu de História Natural de Londres, há informações sobre um isópode gigante mantido em cativeiro que conseguiu sobreviver por cinco anos sem se alimentar.

“Seu tamanho é realmente muito grande e ocupa a segunda maior posição no gênero Bathynomus”, disse a pesquisadora Conni Margaretha Sidabalok, do Instituto de Ciências da Indonésia.

Atualmente, a ciência conhece sete espécies de isópodes gigantes. Esta é a primeira vez que uma ‘barata gigante’ foi encontrada no fundo do mar indonésio. Felizmente, apesar da aparência assustadora para alguns, a Bathynomus raksasa é totalmente inofensiva.

Tamanho

Apesar de não ser algo confirmado, o Museu de História Natural de Londres diz que há algumas teorias que podem explicar o motivo de os isópodes presentes no fundo do mar serem tão grandes.

A primeira delas indica que, como eles vivem em locais muito profundos, os corpos devem se adaptar para armazenar mais oxigênio, resultando em um corpo maior e pernas mais longas. Outra teoria indica que, como não há muitos predadores no fundo do oceano, é possível que animais se desenvolvam melhor.

Além disso, foi descoberto que o gênero Bathynomus possui menos carne que outros crustáceos semelhantes, como caranguejos, fazendo com que sejam menos “apetitosos” para os poucos predadores existentes nas profundezas do mar.

Via: BBC

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital