Um novo modelo de pesquisa desenvolvido por cientistas europeus usa células-tronco embrionárias humanas para ajudar a estudar os primeiros estágios do nosso desenvolvimento.

Apesar dos questionamentos éticos que o estudo pode levantar, cientistas envolvidos no projeto acreditam que o modelo pode contribuir para analisar uma fase da evolução humana que é considerada uma “caixa preta”, já que temos poucas informações. É logo no começo da gestação, e a observação pode ajudar a entender como doenças pré-nascimento são causadas, além de possíveis tratamentos para elas.

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O estágio do desenvolvimento humano em questão ocorre por volta da segunda semana de gestação – e o questionamento ético está dentro disso. Restrições legais impedem que embriões humanos sejam cultivados em laboratório após o 14º dia, bem quando a fase considerada “caixa preta” está iniciando.

Assim, os cientistas criaram um modelo que se parece com um embrião com cerca de 20 dias de desenvolvimento. A partir daí, os pesquisadores podem podem observar a formação do plano corporal – quando o embrião começa a ganhar a anatomia final.

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O método usa células-tronco embrionárias para criar conjuntos tridimensionais chamados gastruloides, que contam com três camas organizadas de maneira parecida com o processo de plano corporal.

Esses gastruloides, que são bastante parecidos com os embriões humanos, não conseguem se transformar em um embrião formado, já que não contam com células cerebrais – os cientistas dizem que eles não poderiam jamais gerar fetos humanos.

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O estudo foi publicado na revista Nature. Ele foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e do Instituto Hubrecht, na Holanda.