Cientistas criam glóbulos vermelhos sintéticos com todos os atributos dos reais

Células podem ser usadas para transportar oxigênio e remédios pelo organismo, detectar toxinas, dentre outras tarefas vitais
Fabiana Rolfini04/06/2020 13h47, atualizada em 04/06/2020 13h50

20200604105321

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Cientistas americanos e chineses conseguiram criar glóbulos vermelhos sintéticos que possuem todas as propriedades úteis dos reais, além de algumas novas. Estas células artificiais podem ser usadas para transportar oxigênio e remédios pelo organismo, detectar toxinas, dentre outras tarefas vitais.

Para produzir as células sintéticas, os pesquisadores usaram hemácias humanas doadas. Elas foram cobertas com uma fina camada de sílica, e depois por camadas de polímeros com cargas positivas e negativas. A sílica foi então gravada nas células e, finalmente, a superfície é revestida com membranas naturais.

O resultado final são glóbulos vermelhos artificiais flexíveis, com tamanho, forma, carga e superfície semelhantes aos reais. Segundo os cientistas, os glóbulos vermelhos sintéticos foram capazes de se deformar o suficiente para atravessar pequenas lacunas nos capilares sanguíneos modelos, sem perder sua forma. Testadas em ratos, as células circularam por mais de 48 horas no organismo dos animais e não foram detectados efeitos colaterais tóxicos.

Reprodução

Cientistas descobriram novas habilidades vitais nos glóbulos vermelhos artificiais. Foto: Reprodução

Em demais testes, a equipe descobriu várias outras habilidades que esses glóbulos vermelhos sintéticos poderiam realizar. Eles transportaram com sucesso diferentes cargas de hemoglobina, medicamentos anticâncer, sensores de toxinas e nanopartículas magnéticas.

Os pesquisadores da Universidade do Novo México e da Universidade de Tecnologia do Sul da China planejam continuar investigando as células artificiais em novos testes, com a esperança de prepará-las para serem testadas em humanos.

Via: New Atlas

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital