Parte da ideia por trás dos carros autônomos é tirar o fator humano da equação, reduzindo o número de acidentes de trânsito e tornando as viagens de carro mais seguras, certo? Não exatamente. Um novo estudo do Insurance Institute for Highway Safety (IIHS) sugere que a tecnologia autônoma evitaria apenas cerca de um terço dos acidentes de trânsito, caso os sistemas “dirigissem demais como as pessoas” – ou seja, focassem na velocidade e conveniência.
Segundo o estudo, apenas 24% das batidas acontecem por erros de percepção do motorista, enquanto incapacitação (como dirigir bêbado) representa 10% dos acidentes. O percentual restante se resume a erros na tomada de decisões, previsões e desempenho (como desviar a tempo de um objeto na pista). O problema é que esse tipo de erro não é corrigido por sistemas autônomos.
Os pesquisadores apontaram a colisão fatal de um carro da Uber com a ciclista Elaine Herzberg em 2018 como exemplo. O hardware autônomo do veículo não apenas teve dificuldades para localizar a ciclista, como também não conseguiu prever para onde ela estava indo, tampouco realizou a manobra evasiva que salvaria sua vida.
Veículo autônomo em circulação. Imagem: Andrej Sokolow/Getty Images
A taxa de acidentes de trânsito só cairia mais se os veículos autônomos priorizassem a segurança em detrimento da preferência do condutor, de acordo com o IIHS, algo que poderia frustrar pessoas acostumadas a dirigir “no limite”. Eles podem trafegar mais devagar do que os humanos quando houver pouca visibilidade ou muitos pedestres na rua, por exemplo.
Ainda não temos carros totalmente autônomos, e a segurança ganhou ainda mais importância para a Uber e tantos outros fabricantes. No entanto, o estudo indica que um mundo de carros sem motorista ainda é utópico e pode exigir muita paciência e compreensão. Os passageiros chegariam com segurança em seus destinos – apenas levaria mais tempo.
Via: Engadget