Brasil possui mais assinantes da Netflix do que de TV paga, dizem especialistas

Estima-se que, até junho, Brasil possuía mais de 17 milhões de assinantes pagantes da plataforma
Luiz Nogueira31/08/2020 18h54, atualizada em 31/08/2020 19h40

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Segundo levantamento feito por analistas da empresa Bernstein, estima-se que o Brasil possui mais assinantes da Netflix do que residências com TV paga. Além disso, é possível que o mercado brasileiro seja o segundo maior da empresa, perdendo apenas para os Estados Unidos.

A própria plataforma não divide seus assinantes por país. No entanto, a empresa aponta que, até junho, o serviço de streaming contava com mais de 17 milhões de assinantes pagantes no Brasil. Esse número ultrapassa o de residências com TV por assinatura no país no mesmo período, estima o levantamento.

Este seria um novo marco para o Brasil, que perde assinantes dos serviços de televisão a cabo constantemente devido à desaceleração do crescimento econômico, alto desemprego e à pandemia do novo coronavírus.

Ainda segundo os analistas, a empresa se tornou tão influente no Brasil porque “oferece um produto superior por um quarto do preço da TV paga”. O marco da Netflix por aqui acontece em meio à expansão de outros serviços do tipo, como o Disney+, que deve desembarcar no país em novembro deste ano.

Domínio norte-americano

Apesar de ser um serviço bastante utilizado no Brasil, grande parte do conteúdo consumido pelos residentes é de origem norte-americana. O levantamento aponta que produções faladas em inglês se mantêm na liderança, seguidos por séries e filmes feitos na Espanha. Por fim, em terceiro lugar, encontram-se produtos criados em nossa língua nativa, o português.

Em média, a programação em inglês está presente em seis posições dos dez principais títulos consumidos pelos assinantes no Brasil. Essa tendência pode ser explicada principalmente pela falta de conteúdo feito no idioma local. A porcentagem de filmes e séries falados em português é bem menor se comparada com as produções norte-americanas.

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‘3%’ é uma das produções brasileiras presentes no serviço. Foto: JOCA_PH/ Shutterstock

Outra tendência que parece bastante presente por aqui é o pagamento por um serviço do tipo. Desde sua estreia em 2011, a Netflix aumentou o preço de seu plano padrão cinco vezes. Mesmo assim, o documento aponta que o crescimento da empresa no Brasil “não foi alcançado devido aos preços reduzidos”.

Isso se prova a partir do momento em que observamos os principais concorrentes da companhia no Brasil: Prime Video e Globoplay. Apesar de possuírem planos com valores mais baixos, ambas perdem para a Netflix no número de assinantes.

Site com filmes e séries gratuitos

Nesta segunda-feira (31), a Netflix lançou um site que abre parte de seu catálogo gratuitamente e sem a necessidade de registro. A ideia é que pessoas possam assistir conteúdos da empresa diretamente pelo navegador, sem precisar aderir a um plano.

O site, que pode ser acessado em https://www.netflix.com/br/watch-free, está disponível no Brasil e convida os internautas a assistir “gratuitamente a alguns dos nossos filmes e séries favoritos”. Por enquanto, há dez opções disponíveis para exibição. São filmes completos e o primeiro episódio da primeira temporada de algumas das séries mais famosas produzidas pela plataforma.

A Netflix informa que o catálogo dessa “degustação” será mudado constantemente, para que “você possa descobrir seus títulos”. Por conta disso, em breve, novas opções devem aparecer. Todas as produções disponíveis atualmente estão em alta definição. No entanto, só podem ser assistidas pela versão de navegador.

Ao longo da exibição, o usuário tem à disposição todos os idiomas e legendas que normalmente estariam disponíveis se fossem assinantes da plataforma. Com o fim do conteúdo, o internauta é questionado se gostou do programa e se quer assinar a Netflix para continuar assistindo aos conteúdos oferecidos.

Via: Business Insider

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital