A Boeing não registrou novas encomendas de aviões em janeiro deste ano. Essa é a primeira vez que isso acontece desde 1962. Vale lembrar que o 737 MAX, modelo mais vendido da fabricante norte-americana, está suspenso após dois acidentes.

A empresa informou que entregou apenas 13 aviões aos clientes no mês passado; há um ano, ela havia registrado 45 pedidos após cancelamentos em janeiro e entregou 46 aviões. A maioria dos clientes das companhias aéreas estão evitando fazer pedidos novos para o 737 MAX até que a aeronave seja liberada pelos reguladores para voar novamente. Além de enormes perdas financeiras, isso também deixou a Boeing atrás da rival europeia Airbus.

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Se a Boeing viveu o pior mês de janeiro em anos, a Airbus não pode dizer o mesmo, a empresa francesa divulgou na semana passada seu maior número de pedidos em janeiro em pelo menos 15 anos, já que registrou encomendas brutas para 296 aeronaves, ou 275 encomendas líquidas após cancelamentos.

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O ano de 2019 marcou o pior período em termos de número de pedidos em décadas para a Boeing, muito em função da crise do 737 MAX, que levou a empresa a paralisar a produção do 737 pela primeira vez em 20 anos. A crise fez com que o então presidente-executivo da empresa, Dennis Muilenburg, perdesse o cargo.

A suspensão do 737 MAX resultou na perda de bilhões para a empresa e seus fornecedores, que tiveram que demitir funcionários em função da incerteza sobre o retorno da aeronave.

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As companhias aéreas foram forçadas a retirar o 737 MAX de seus cronogramas de voos até meados de 2020, causando milhares de cancelamentos.

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A dívida da Boeing não para de crescer, e já chegou aos US$ 27 bilhões, cerca de R$ 120 bilhões. A fabricante compensa financeiramente fornecedores e clientes de companhias aéreas, enquanto enfrenta ações judiciais e paga salários dos funcionários.

A Fitch Ratings, uma das três maiores agências de classificação de risco de crédito, elevou a previsão de dívida da Boeing de US$ 32 bilhões para US$ 34 bilhões, após um aumento contínuo nos dois primeiros trimestres de 2020.

 

Via: Folha de São Paulo