A Agência Espacial Europeia (ESA) informou que um cometa vindo de outro sistema solar foi descoberto pelo astrônomo amador ucraniano Gennady Borisov em 30 de agosto, perto da constelação de Gêmeos. O Minor Planet Center o nomeou oficialmente como C/2019 Q4 (Borisov). Embora os cientistas ainda precisem confirmá-lo, esse seria o segundo objeto interestelar já visto passando pelo nosso sistema solar, sendo o primeiro o Oumuamua em 2017.

“Tal como a no caso do Oumuamua – que primeiro acreditávamos ser um cometa e depois foi apontado como um asteroide – esta parece ser outra investigação científica emocionante a respeito de um visitante que pode ajudar a aumentar o nosso conhecimento da formação do sistema solar”, afirmou a ESA no seu blog na quinta-feira (12).

Os astrofísicos do Centro de Coordenação de Objetos Próximo à Terra da ESA usaram o Canada-France-Hawaii Telescope – localizado no Havaí – para fazer medições de posição e descobrir a que distância o potencial objeto interestelar está. Eles sabem que o cometa tem uma “órbita incomum” – já que não está atrelada a uma estrela ou sistema solar específico.

O Minor Planet Center diz que o cometa deve ser observável por pelo menos um ano. Ele chegará cerca de 300 milhões de quilômetros mais perto do Sol em dezembro, o que é uma coisa boa para os cientistas, pois eles terão uma janela maior de oportunidade para estudá-lo. C/2019 Q4 também é maior e mais brilhante que Oumuamua.

Oumuamua já estava deixando nosso sistema solar quando foi descoberto – o que significa que o C/2019 Q4 poderia ser uma descoberta mais promissora, já que está viindo em nossa direção.

“Estamos trabalhando para obter mais observações sobre esse objeto incomum”, disse Marco Micheli, do Centro de Coordenação de Objetos Próximo à Terra da ESA. “Precisamos esperar alguns dias para realmente identificar sua origem com observações que provem a tese atual de que é interestelar ou talvez mudem drasticamente nosso entendimento”.

De acordo com os astrônomos, asteroides interestelares passam pelo nosso sistema solar interior todos os anos, embora nem sempre os peguemos em ação. Finalmente, novas e avançadas tecnologias estão nos permitindo descobrir esses objetos à medida que passam pelo nosso sistema solar.

Via: DigitalTrends