A Apple venceu nesta quarta-feira (15) um apelo contra uma multa de US$ 14,5 bilhões (R$ 77,7 bilhões) que lhe foi aplicada em 2016 pela Comissão Europeia. O órgão acusa a empresa de se beneficiar de um acordo especial com o governo da Irlanda para pagar menos impostos do que o devido sob a legislação europeia.

A chefe de investigações antitruste na Europa, Margrethe Vestager, afirmava que a Apple recebia do governo irlandês benefícios fiscais únicos, o que é ilegal e resultava em um imposto efetivo sobre seus lucros de “menos de 1%”. “Os estados-membro não podem beneficiar empresas específicas – isso é ilegal sob as leis de auxílio estatal da União Europeia”, afirmou em sua decisão.

Na época o CEO da Apple, Tim Cook, chamou a decisão de “total lixo político“. A empresa recorreu da decisão, que segundo Cook foi tomada “sem base na lei ou em fatos”. O veredito sobre o recurso afirma que “a comissão não mostrou com sucesso, e dentro dos padrões legais necessários, que houve uma vantagem para a Apple”.

“A Corte Geral considera que a comissão não pôde provar, em sua linha alternativa de raciocínio, que os regimes fiscais em questão são o resultado de favorecimento exercido pelas autoridades fiscais Irlandesas”, disse a corte.

Vestager, que hoje é Vice-Presidente Executiva da Comissão Europeia, afirmou que a comissão irá “estudar detalhadamente o julgamento e refletir sobre os próximos passos”.

“A Comissão se mantém firme por trás do objetivo de que todas as companhias devem pagar sua parte justa dos impostos”, disse. “Se os estados-membro derem a certas companhias multinacionais vantagens que não estão disponíveis aos seus rivais, isso prejudica a concorrência justa na União Europeia”.

Fonte: The Verge