Não faz muito tempo a Amazon disse que levaria pelo menos dez anos para automatizar totalmente seus núcleos de produção. A automação parcial, no entanto, deve demorar bem menos que isso: e já está em andamento. Segundo a Reuters, a empresa considera instalar duas máquinas em seus armazéns para acelerar o processo de envio de pedidos aos clientes.

A mudança pode substituir pelo menos 24 funções humanas em cada local. Se os equipamentos forem distribuídos para os 55 centros de atendimento padrão da companhia nos EUA, mais de 1.300 empregos podem ser eliminados.

Fontes não reveladas disseram à Reuters que a Amazon pensa em adquirir máquinas chamadas CartonWrap, da CMC Srl (empresa norte-americana de soluções automatizadas). São robôs que podem empacotar de 600 a 700 compras por hora e adicionar selos e etiquetas, a uma velocidade quatro a cinco vezes maior do que a feita por pessoas. A empresa pode recuperar em menos de dois anos o investimento nos equipamentos, vendidos por US$ 1 milhão cada.

Os planos já estão saindo do papel e se materializando. De acordo com a Reuters, a Amazon já instalou algumas máquinas em centros de atendimento perto de Seattle, em Frankfurt, em Milão, em Amsterdã e em Manchester. Elas também podem estar a caminho de outros depósitos nos EUA, que a empresa já prepara para o processamento de estoques pequenos e não especializados. E ela não é a única: Walmart, Shutterfly e JD.com também usam robôs para embalagem.

Impulsionar a automação

O uso das máquinas para empacotamento e etiquetação de produtos pode ser uma maneira encontrada pelas empresas de varejo para impulsionar a automação enquanto elas esperam por robótica que possa segurar e classificar itens perfeitamente. O objetivo é claro: acelerar o máximo possível o envio dos pedidos aos clientes.

A determinação da empresa faz que os trabalhadores sejam submetidos a condições de trabalho com muita cobrança pela preparação acelerada de encomendas. A busca desmedida por produtividade chega ao rastreamento da atividade dos funcionários, por meio de um processo automatizado que emite alertas e prepara cartas de dispensa sem consulta prévia a supervisores.

Essa estrutura resultou em muitas denúncias contra a empresa. Há relatos de profissionais que enfrentam 60 horas de trabalho por semana e embalam mais de cem caixas por hora. Quando não conseguem manter o ritmo, perdem o emprego, em geral, com base na alegação de que são ineficientes.

Documentos indicam que mais de 10% dos funcionários dos centros de atendimento da Amazon na América do Norte (cerca de 125 mil profissionais no total) são dispensados anualmente. Em geral, isso ocorre por que eles não são capazes de preparar as encomendas na velocidade desejada.

Via: Engadget