Felix Kjellberg, o sueco conhecido no YouTube como “PewDiePie”, voltou às manchetes nesta semana com uma nova polêmica, dessa vez por usar um termo racista durante uma transmissão ao vivo. Nesta terça-feira, 12, porém, o youtuber mais bem pago do mundo pediu desculpas.
Tudo começou no último fim de semana, quando Kjellberg fazia uma transmissão ao vivo jogando “PlayerUnknown’s Battlegrounds”. Em certo momento da partida, irritado ao desperdiçar um tiro, o youtuber chamou seu adversário de “nigger”, termo em inglês que pode ser traduzido como “preto” ou “crioulo”.
O caso é que a expressão “nigger” é considerada tão sensível em países de língua inglesa que costuma ser censurada como um palavrão pela mídia. O termo deriva da tradição escravista dos Estados Unidos, e por isso é considerado extremamente ofensivo por grande parte da população negra dos EUA e outros países anglo-saxões.
Em meio à polêmica, Sean Vanaman, cofundador do estúdio Campo Santo e criador do game independente “Firewatch”, disse que entraria com um processo para forçar o YouTube a tirar do ar todos os vídeos de Kjellberg em que ele aparece jogando seu game. “Ele é pior que um racista enrustido, é um propagador de lixo desprezível que causa danos reais à cultura em torno dessa indústria”, disse Vanaman.
Em um curto vídeo intitulado apenas “My Response” (“minha resposta”, em português), publicado nesta terça, PewDiePie lamentou o episódio. “Foi algo que eu disse no calor do momento, foi a pior palavra que eu consegui pensar e escapou. Não vou dar desculpas de por que eu fiz isso, porque não há desculpa para isso”, afirmou o youtuber.
“Estou desapontado comigo mesmo porque parece que não aprendi nada com as últimas polêmicas”, acrescentou. As “últimas polêmicas” a que Kjellberg se refere têm a ver com o boicote que o youtuber sofreu no começo deste ano após uma série de vídeos com piadas e termos racistas. Google e Disney deixaram de repassar dinheiro ao seu canal.
Na época, o sueco se defendeu dizendo que tudo não passava de brincadeira. Mas, após as manifestações racistas dos EUA em agosto, em que neonazistas e supremacistas brancos mancharam pela cidade de Charlottesville, PewDiePie disse que não faria mais piadas do tipo.
“Eu lembro quando tudo tudo aconteceu em fevereiro, eu pensava meio que ‘são só piadas, não há nazistas de verdade por aí, do que vocês estão falando?’. E então eu olho pra isso e fico: ‘ah, eu vejo, ok'”, disse o youtuber em um vídeo postado em agosto. Com a nova polêmica, dessa vez PewDiePie não quis se defender.
“Não é como se eu pensasse que eu posso fazer ou dizer o que quiser e tudo bem. Não é isso mesmo”, disse o sueco. “Eu peço desculpas se ofendi ou desapontei alguém com tudo isso.”