O boicote financeiro que Felix Kjellberg sofreu tanto da Disney quanto do Google no começo do ano não convenceu o homem por trás do personagem PewDiePie — e que segura o título de maior youtuber do mundo — de que fazer piadas sobre nazismo não era boa ideia. Agora, tendo visto qual é a verdadeira cara do neonazismo, ele resolveu repensar suas atitudes.
Em um vídeo publicado nesta quarta-feira, 16, Kjellberg se mostrou incomodado com a possibilidade de que seu nome acabasse vinculado à repercussão das manifestações de cunho racista que aconteceram nos Estados Unidos no último fim de semana. Poucos dias antes, porém, ele tinha postado memes sobre a marcha de Charlottesville no Twitter.
These guys clearly watched one too many pewdiepie vids #charlottsville pic.twitter.com/AARRrMkX7c
— pewdiepie (@pewdiepie) 12 de agosto de 2017
“Eu não tenho nada a ver com essas pessoas”, afirmou. “Não acho que ninguém que me assiste pense que eu seja realmente um nazista, mas eu sei que algumas pessoas podem ter dúvidas, principalmente devido a todas as piadas que eu venho fazendo.”
Foi graças a parte dessas “piadas” que o youtuber perdeu patrocinadores seis meses atrás, quando o Wall Street Journal publicou uma reportagem fazendo um histórico das vezes em que Kjellberg passou da linha.
Em um dos vídeos apontados pelo jornal, homens pagos pelo youtuber aparecem segurando uma placa em que se lê: “Morte a todos os judeus”. Em outro, um homem fantasiado de Jesus diz que “Hitler não fez nada de errado”. Há vídeos com exposição da suástica, com fotos de Adolf Hitler, com o hino do Partido Nazista… em um deles, Kjellberg aparece usando um boné com a inscrição “Make America Great Again”, slogan de campanha do hoje presidente americano, Donald Trump.
“Neste momento, só quero me distanciar de tudo isso”, continuou ele no vídeo de ontem. “Eu lembro quando tudo tudo aconteceu em fevereiro, eu pensava meio que ‘são só piadas, não há nazistas de verdade por aí, do que vocês estão falando?’ E então eu olho pra isso e fico tipo ‘ah, eu vejo, ok’.”
Kjellberg foi criticado por parte de seus milhões de seguidores, mesmo tendo garantido que não tomou a iniciativa como forma de autocensura. O que o youtuber deixou claro é que ter contato com o fato de que existem, sim, neonazistas o fez perceber que não tem graça brincar com o tema.