YouTube e Facebook dão ultimato à empresa de reconhecimento facial

Empresas exigem que a Clearview AI pare imediatamente de usar fotos postadas pelos usuários nas redes sociais como banco de imagens para reconhecimento facial
Renato Mota06/02/2020 22h25

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Google, YouTube e Facebook enviaram uma carta de “cease-and-desist” (cessar e desistir de uma atividade, sob pena de ação judicial) à empresa de reconhecimento facial Clearview AI. A ordem é para que a companhia pare de usar fotos postadas por seus usuários para construir seu banco de dados.

 As redes sociais seguem na esteira do Twitter, que em janeiro também enviou à Clearview AI o mesmo documento exigindo que pare de capturar fotos ou quaisquer outros dados do site de mídia social “por qualquer motivo” e exclua os dados coletados anteriormente.

Relativamente desconhecida até pouco tempo, a Clearview AI oferece serviços de reconhecimento facial a aproximadamente 600 agências policiais dos Estados Unidos – com uma biblioteca de imagens sete vezes maior que a do FBI. A ferramenta seria capaz de combinar rostos corretamente cerca de 75% das vezes.

O problema é que seu banco de dados de cerca de três bilhões de fotos, possui imagens extraídas de sites como Facebook, YouTube, Twitter e Venmo. “Os Termos de Serviço do YouTube proíbem explicitamente a coleta de dados que podem ser usados ​​para identificar uma pessoa. A Clearview admitiu publicamente fazer exatamente isso e, em resposta, enviamos uma carta de cessar e desistir”, afirma a declaração do YouTube.

Durante uma entrevista para um programa This Morning, da CBS, o CEO da empresa, Hoan Ton-That, disse que tem os direitos da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos ao seu lado para acessar, coletar e armazenas bilhões de arquivos contendo imagens de rostos de

O argumento do CEO é que, como cidadão dos EUA, ele tem o direito de fazer o que quiser com qualquer dado disponível publicamente online. Por isso, escolheu criar um software de reconhecimento facial para coletar esses dados, e chegou a comparar o uso que faz das fotos com a busca por imagens do Google.

“As comparações com a Pesquisa do Google são imprecisas. A maioria dos sites deseja para ser incluído na Pesquisa Google, e damos aos webmasters controle sobre quais informações de seu site estão incluídas em nossos resultados de pesquisa, incluindo a opção de desativação total. A Clearview AI coletou secretamente dados de imagens de indivíduos sem seu consentimento e violando regras”, segue o comunicado do YouTube.

O Facebook também exigiu que a empresa parasse de tirar fotos das suas páginas porque a atividade viola suas políticas. “Temos sérias preocupações com as práticas da Clearview, e é por isso que solicitamos informações como parte de nossa revisão em andamento. Como elas responderão determinarão os próximos passos que tomaremos”, disse um porta-voz do Facebook à CBS News.

Via: CNET

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital