Durante uma entrevista para um programa de televisão dos EUA, o CEO da empresa de reconhecimento facial Clearview AI, Hoan Ton-That, deu uma declaração bastante polêmica. Ele disse que tem os direitos da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos ao seu lado para acessar, coletar e armazenas bilhões de arquivos contendo imagens de rostos de pessoas.

O argumento do CEO é que, como cidadão dos EUA, ele tem o direito de fazer o que quiser com qualquer dado disponível publicamente online. Por isso, escolheu criar um software de reconhecimento facial para coletar esses dados.

A Clearview AI não foi originalmente fundada para atender a comunidade policial – como supostamente atende. Aparentemente, a ideia era entrar no espaço do varejo, mas preocupações éticas levaram diversas empresas a evitar o sistema de reconhecimento facial da companhia. Atualmente, a empresa alega que trabalha com mais de 600 agências policiais, mas isso não pôde ser confirmado.

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A controvérsia mais recente decorre dos inúmeros processos que o empresário enfrenta no Google, Twitter e outros sites dos quais os dados foram obtidos. Ton-That alega que sua empresa possui bilhões de imagens de nossos rostos e os obtém usando um software que captura todas as fotos disponíveis online.

As imagens coletadas pelo programa vêm de qualquer lugar da internet. Mesmo que o usuário não poste fotos em redes sociais, o programa encontra uma maneira de conseguir algo. Como eles não solicitam permissão para coletar os dados, não há limite para o que podem fazer. Se alguma captura já foi postada na rede alguma vez, provavelmente ela está no banco de dados da empresa.

A companhia possui uma opção que permite ao usuário solicitar que seus dados sejam excluídos permanentemente dos sistemas. Entretanto, como não há leis ou regulamentos que exigem esse tipo de concessão nos EUA, a solicitação provavelmente não será atendida.

No fim, Ton-That e a Clearview AI representam uma ameaça potencial aos direitos de todos os cidadãos dos EUA – e talvez do mundo.

Via: The Next Web