Máscaras e fotografias enganam sistemas de reconhecimento facial

Pesquisadores conseguiram realizar pagamentos usando máscaras 3D, levantando dúvidas sobre a segurança do método
Vinicius Szafran17/12/2019 20h00, atualizada em 17/12/2019 21h25

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Considerada uma ferramenta de segurança eficaz, terminais de reconhecimento facial foram facilmente enganados por pesquisadores, que usaram fotografias e máscaras 3D para realizar pagamentos com WeChat e AliPay.

O teste, realizado pela empresa de inteligência artificial Knero, envolveu visitar locais públicos e enganar os terminais de reconhecimento facial para permitir o acesso ou pagamento. Nas lojas da Ásia, onde a tecnologia é amplamente utilizado, a equipe usou máscaras 3D de alta qualidade para enganar os sistemas de pagamento AliPay e WeChat para fazer compras.

Esses sistemas, similares aos vistos em aeroportos, usam o rosto de uma pessoa ao invés de um PIN ou uma impressão digital para validar a identidade do usuário. Em teoria, tais máscaras poderiam permitir que fraudadores usassem o rosto e a conta bancária de outra pessoa para fazer compras.

Os testes implantados em centros de transporte foram os mais alarmantes. No terminal de embarque do aeroporto de Schiphol, o maior da Holanda, a equipe da Kneron enganou o sensor com apenas uma foto na tela do telefone. O grupo diz também ter conseguido acesso a estações ferroviárias na China, onde os passageiros usam o reconhecimento facial para pagar as tarifas e embarcar nos trens, utilizando o mesmo método.

As experiências de transporte levantam preocupações sobre terrorismo, no momento em que as agências de segurança estão explorando o reconhecimento facial para economizar dinheiro e melhorar a eficiência. No caso dos tablets de pagamento, a capacidade de enganar as plataformas com máscaras aumenta o espectro da fraude e do roubo de identidade.

No caso das máscaras, os enganos funcionaram porque os sistemas já continham uma imagem da pessoa cuja máscara foi baseada. A Kneron reconhece, contudo, que é improvável que essa fraude seja generalizada. Isso porque, no estudo, foram utilizadas máscaras feitas por um fabricante especializado no Japão. Mas a empresa, sediada em San Diego, observa que a técnica pode ser usada para fraudar indivíduos famosos.

Certamente, alguns sistemas de reconhecimento facial são melhores que outros. Segundo a empresa, esse teste não enganou o iPhone X, enquanto outros sistemas foram facilmente burlados e poderiam possibilitar uma fraude.

Via: Fortune

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital