Nesta semana, o mundo ficou surpreso com a acusação de que o príncipe da Arábia Saudita Mohammad bin Salman estava envolvido em um ataque que roubou vários gigabytes de dados do celular de Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon por meio de um vídeo enviado pelo WhatsApp. Diante do questionamento sobre a segurança do aplicativo, o Facebook se isentou de culpa.

Nicola Mendelsohn, vice-presidente do Facebook que supervisiona a operação no Oriente Médio e outras regiões, foi questionado sobre o tema e direcionou a atenção para a Apple, fabricante do iPhone utilizado pelo bilionário.

“Uma das coisas que o caso destaca são, na verdade, algumas das vulnerabilidades potenciais escondidas nos sistemas operacionais dos telefones”, disse Mendelsohn quando questionado pela Bloomberg em Davos, onde acontece o Fórum Econômico Mundial.

A Apple até o momento não se manifestou sobre o assunto. Enquanto isso, Mendelsohn, em nome do Facebook afirmou que a companhia leva a sério as citações ao WhatsApp neste caso e que a situação seria investigada, mas que não comenta casos específicos, por mais que o alvo seja uma pessoa famosa e poderosa.

Os detalhes sobre como o ciberataque se desenvolveu ainda são misteriosos. O que foi divulgado até o momento é que Jeff Bezos recebeu um vídeo de 4,22 megabytes por meio do WhatsApp e, após reproduzi-lo seus arquivos foram extraídos do aparelho e enviados para um servidor.

O ataque a Bezos é importante porque pode ter alguns desdobramentos graves. Nove meses após o suposto ataque, começaram a vazar informações pessoais que levaram ao divórcio do executivo, que poderia ter repercussões pesadíssimas no mercado financeiro. Afinal de contas, a partilha de bens poderia causar uma divisão no controle da Amazon, companhia de valor trilionário e importantíssima na bolsa de valores. Além disso, cinco meses após a invasão, Jamal Khashoggi, correspondente do Washington Post, jornal que pertence a Jeff Bezos, foi assassinado e esquartejado dentro do consulado da Arábia Saudita na Turquia.