Engenheira cria um telefone celular ‘de discar’

Aparelho leva o minimalismo ao extremo, e usa os mesmos discos dos telefones fixos de anos atrás. Apesar disso, tem alguns recursos modernos, como uma tela e-Ink para mostrar mensagens
Rafael Rigues13/02/2020 18h07

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Os smartphones se tornaram uma parte tão integrante de nossas vidas que muitos acreditam que seu uso constante é nocivo, o que deu origem ao conceito de bem-estar digital: técnicas e recursos para controlar o uso do aparelho, para que ele não controle sua vida.

Entretanto, não podemos negar que um telefone celular é uma ferramenta muito útil no dia-a-dia. E foi a busca por um celular “minimalista” que levou a engenheira Justine Haupt a criar seu próprio telefone celular. E o fez em grande estilo, com um disco como nos telefones antigos no lugar de um teclado.

Ao contrário do que possa parecer, Justine não quis se aproveitar da onda “retrô”. Ela realmente odeia smartphones, e até recentemente usava um celular flip da LG no dia-a-dia. “Todos os meus amigos sabem que eu tinha um celular flip, e que eu não envio mensagens. Não gosto de ficar tão “conectada”, e não quero ter que atender as pessoas no meio do dia. Então esta foi uma forma de fazer um “downgrade” ainda maior no meu celular. E se as pessoas perguntarem porque não envio mensagens, posso simplesmente mostrar o telefone e dizer: este é o motivo!”.

O aparelho é baseado numa placa-mãe customizada e equipada com um processador Atmega2560v, compatível com Arduino. A parte de telefonia é controlada por um Módulo FONA 3G da Adafruit. A antena é removível, e a bateria dura quase 24 horas, O disco de um velho telefone da Western Electric foi escolhido como interface porque Justine acha que ele é “legal”, e que é um pedaço de tecnologia que não tem mais muito uso na sociedade moderna.

Apesar do visual retrô, o telefone de Justine tem alguns “confortos” modernos, entre eles um conjunto de LEDs que indicam a intensidade do sinal, botões de discagem rápida (com um dedicado ao número de seu marido) e uma tela e-Ink, usada para informar sobre mensagens perdidas e exibir eventuais mensagens SMS.

Justine mantém em seu site uma página com fotos do aparelho, além de notas que tomou durante o processo. E para quem se interessou pela idéia, uma boa notícia: todos os esquemáticos e arquivos necessários para que você possa reproduzir a parte eletrônica estão disponíveis gratuitamente.

Fonte: Wired

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital