Um estudo elaborado por pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, em Israel, sugere uma nova maneira de combater a pandemia de Covid-19: trabalhando apenas oito dias por mês. Segundo eles, a estratégia explora uma característica natural do vírus para diminuir as taxas de infecção.

A sugestão, publicada em um artigo na revista Fast Company, é que quem não pode trabalhar remotamente retorne ao trabalho em uma escala modificada: quatro dias trabalhando, 10 dias em casa. Se um funcionário for infectado nestes primeiros quatro dias, muito provavelmente começará a mostrar sintomas durante os 10 dias em casa, e então poderá ser isolado para evitar a contaminação dos colegas.

Segundo Ron Milo, professor de biologia computacional e de sistemas e autor do estudo, “podemos explorar uma propriedade chave do vírus: seu período latente – os três dias em média entre o momento em que a pessoa é infectada e o momento em que ela pode infectar os outros”.

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Em um artigo de opinião no The New York Times, Milo afirma: “empresas funcionariam quase que constantemente, alternando entre dois grupos de trabalhadores, com produção regular e previsível. Isto iria aumentar a confiança dos consumidores, elevando simultaneamente o suprimento e a demanda”.

Modelos de análise

Milo e seus colegas elaboraram modelos de computador para analisar o que os cientistas chamam de “Valor R”, que representa o número médio de pessoas que um doente pode infectar. Um R maior que 1 significa que a doença está se espalhando, e menor significa que ela está sendo controlada.

A proporção de quatro dias de trabalho para cada 10 dias em casa é um ponto de partida. “Se a taxa de infecção crescer, ela poderá ser ajustada para menos dias de trabalho”, afirmou. “Se as coisas estiverem indo bem, mais dias de trabalho podem ser adicionados. Em certos cenários, apenas quatro ou cinco dias de isolamento seriam o bastante para impedir o ressurgimento da doença”.

A sugestão de Milo se aplica apenas aos profissionais que não podem trabalhar remotamente. Quem pode, deve ficar em casa, reforça o pesquisador. “Desta forma, eles estarão ajudando os que não tem esta liberdade e precisam sair para trabalhar”.

Fonte: Futurism