Simulações de tosses e espirros em 3D ajudam a reforçar isolamento

Estudo da Universidade do Norte do Arizona busca explicar o comportamento dos fluidos e como o uso de máscaras influencia na disseminação da Covid-19
Vinicius Szafran14/05/2020 19h10, atualizada em 14/05/2020 19h30

20200413031510

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Muito se fala hoje em dia em quarentena, isolamento social e lockdown, com o intuito de reduzir a taxa de contaminação do novo coronavírus. No entanto, se nada do que foi dito até aqui bastou para te convencer a ficar em casa e usar uma máscara, talvez novas evidências científicas possam ajudar.

O professor de engenharia mecânica Amir Arzani, diretor do Laboratório de Biomecânica Cardiovascular da Universidade do Norte do Arizona, vem desenvolvendo modelos computacionais que podem explicar melhor a natureza multiescala e multifísica desse tipo de doença.

“No meu laboratório, usamos rotineiramente uma técnica de modelagem 3D chamada dinâmica de fluidos computacional (CFD) para estudar processos complexos do fluxo de fluidos”, explicou Arzani. “Normalmente, usamos essa técnica para estudar fluxo sanguíneo em artérias doentes mas, mais recentemente, usamos essas simulações avançadas em computador para estudar o fluxo de ar e transporte aéreo de aerossóis nas vias aéreas pulmonares”.

Reprodução

Foto: Northern Arizona University

Agora, a equipe de Arzani começou a usar essas técnicas de simulação em computador para estudar a mecânica de dois importantes fatores na disseminação da Covid-19: o espirro e a tosse.

“Todos nós ouvimos sobre a importância do distanciamento social durante a pandemia de Covid-19. No entanto, existem muitas perguntas sobre sua eficácia”, disse o professor. “Queríamos saber se esse vírus pode se espalhar durante espirros, tosse e até respiração regular. Queríamos saber como o uso de uma máscara influencia a propagação e a que distância precisamos ficar uns dos outros para ficarmos seguros. Isso depende do nosso próprio padrão de respiração? A situação mudará durante um dia ventoso?”, questionou Arzani, que tenta descobrir as respostas usando a CFD.

Reprodução

Simulação computadorizada em 3D de uma tosse mostra a velocidade dos fluidos que atravessam uma máscara simples. Créditos: Jung-Hee Seo

A ideia do pesquisador é desenvolver modelos mais sofisticados para responder a essas perguntas. Arzani administra diversos cursos de pós-graduação, e acredita que a simulação por computador “é uma excelente maneira de motivar os estudantes de graduação para ver como o que eles aprendem é relevante no mundo prático”.

Via: Tech Xplore

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital