A Samsung Biologics vai investir cerca de US$ 2 bilhões (R$ 10,58 bilhões) na construção de uma imensa fábrica de medicamentos biológicos na Coreia do Sul. Com 230 mil metros quadrados de área útil e inauguração prevista para 2022, a instalação promete ser o maior empreendimento de manufatura de produtos farmacêuticos no mundo. Em vias de comparação, o estabelecimento deve superar a área total de todo o complexo do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.

De acordo com o The Wall Street Journal, a companhia aposta na expansão do mercado de biotecnologia impulsionada pela pandemia do novo coronavírus. A iniciativa, diz a Samsung, visa acompanhar um aumento sem precedentes na demanda por ingredientes farmacêuticos e colocar a empresa em uma posição de vantagem diante dos impactos da crise na cadeia global de produção de medicamentos.

O chefe-executivo da companhia, Kim Tae-han, relatou ao jornal que o projeto da nova fábrica previa inicialmente instalações muito menores. Os planos mudaram após a pandemia induzir o surgimento de uma nova categoria de produtos: tratamentos para a Covid-19. Especializada em medicamentos complexos para doenças raras, a Samsung expandiu seus negócios para o desenvolvimento de potenciais terapias com anticorpos contra o novo coronavírus.

O valor dos contratos para manufatura de medicamentos da empresa triplicou para quase US$ 1,5 bilhões no segundo trimestre de 2020, se comparado com o mesmo período no ano anterior. Segundo Tae-Han, a Samsung já utiliza quase a capacidade máxima das três fábricas atuais da companhia. O quarto empreendimento vai garantir à fabricante o maior volume potencial de produção do setor, estimado em 620 mil litros.

A Samsung ainda conversa com outras empresas farmacêuticas para negociar o fornecimento de anticorpos para Covid-19 replicados em laboratório. Em abril, a empresa fechou um contrato de US$ 360 milhões com a Vir Biotechnology. A companhia também atende gigantes do setor farmacêutico como o conglomerado suíço Roche e o norte-americano Bristol-Myers Squibb.

A pandemia ainda ressaltou a dependência global da cadeia de produção de medicamentos básicos da China e da Índia, ressalta o Wall Street Journal. A situação incentiva que indústrias e instituições governamentais busquem novas fontes de manufatura.

O governo dos Estados Unidos, por exemplo, apoiou o aprimoramento da fabricação doméstica de produtos farmacêuticos para diminuir a dependência estrangeira. A administração norte-americana chegou a fazer um acordo de investimento de US$ 765 milhões com a Kodak, mas o negócio regrediu no mês passado. 

Via: Wall Street Journal