Russos sugerem combinar Sputnik V com a vacina de Oxford

Segundo pesquisadores, imunizantes usados em conjunto podem trazer melhores resultados em campanhas de revacinação
Rafael Arbulu27/11/2020 15h21, atualizada em 27/11/2020 17h00

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A vacina criada pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford pode ter resultados mais eficazes contra o novo coronavírus caso seu uso seja combinado com a Sputnik V, desenvolvida pelo governo russo, segundo informações publicadas pela agência russa de notícias TASS.

“Atualmente, uma dose completa do regime da AstraZeneca resulta em 62% de eficiência. Se eles entrarem em um novo teste clínico, nós sugerimos tentar um regime que combine a vacina da AZ com o vetor adenoviral humano Sputnik V para ampliar sua eficácia. A combinação de vacinas pode se provar importante durante revacinações”, disse o perfil da vacina russa no Twitter

Os testes conduzidos pela AstraZeneca consideraram 20 mil voluntários no Reino Unido e no Brasil. Os primeiros resultados divulgados pela farmacêutica falaram em uma eficácia de 70%. A empresa ainda informou a descoberta de que a potência de cada dose pode trazer variação no resultado dos tratamentos: se duas doses de potências iguais da mesma vacina forem aplicadas, o nível de proteção contra a infecção do novo coronavírus será de 62%. Entretanto, no caso de uma primeira dose pequena e uma segunda dose mais robusta, este número salta para 92%.

Recentemente, o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, confirmou que a empresa deve realizar novos testes clínicos após alguns especialistas da indústria mundial de imunologia duvidarem de sua eficiência no tratamento e proteção contra a Covid-19. O executivo, porém, não informou quantos voluntários fariam parte, quando os testes seriam executados, as condições ou qualquer outro parâmetro de controle de avaliação.

Reprodução

Vacina de Oxford contra a Covid-19 deve passar por novos testes, mas Rússia gostaria de combinar esforços com a AstraZeneca para aprimorar eficácia. Foto: Elzbieta Krzysztof/Shutterstock

E a CoronaVac?

A chamada “vacina chinesa”, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e testada no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, já conta com dados clínicos suficientes para que a sua eficácia seja conhecida, com o governo de São Paulo esperando divulgar resultados até a próxima semana.

De acordo com o Butantan, que falou à imprensa no último dia 23, era necessário esperar que o volume mínimo de infecções por Covid-19 – 74 casos – para que fosse realizada uma análise preliminar. A expectativa do instituto é a de que, destes 74 casos, a maior parte tenha ocorrência no grupo que recebeu o medicamento placebo. Se isso se confirmar, então o entendimento da comunidade infectologista é o de que a vacina é funcional e tem boa eficácia.

Os resultados podem ser divulgados já na primeira semana de dezembro, e o Butantan pretende prosseguir com o registro da vacina assim que ela atingir pelo menos 50% de eficiência comprovada.

Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou atrás em afirmações de meses anteriores, afirmando durante transmissão ao vivo no Facebook que, havendo aprovação da CoronaVac pelo Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o governo federal fará a compra do medicamento do laboratório chines.

Fonte: TASS

Colaboração para o Olhar Digital

Rafael Arbulu é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital