Desde as eleições de 2016 nos Estados Unidos, as redes sociais – como Facebook, Instagram e Twitter – procuram táticas para mitigar a ação de contas falsas que compartilham mensagens partidárias, difamando os concorrentes. Vários usuários foram banidos por compartilhar esse tipo de conteúdo, no entanto, com o passar dos anos e a aproximação de um novo período eleitoral norte-americano, as táticas para disseminação dessas mensagens estão se modificando.
Em fevereiro, no dia seguinte à primária da eleição americana, a equipe de segurança do Facebook informa que removeu da rede muitas contas falsas originárias do Irã, que haviam postado mensagens partidárias sobre as eleições em grupos privados da rede social.
Este é apenas um dos exemplos de atitude que as redes sociais tentam controlar. Desde 2016 foram investidos bilhões de dólares na contratação de funcionários, fortalecimento de sistemas e desenvolvimento de novas ferramentas para evitar interferências nas eleições.
Mesmo assim, há novos desafios que devem ser enfrentados antes do período eleitoral de 2020, marcado para novembro. Essas dificuldades refletem o quanto as ameaças evoluíram de três anos para cá.
Novo coronavírus e a internet
Com os recentes problemas envolvendo o novo coronavírus, o trabalho das redes sociais se tornou ainda mais difícil. Além do compartilhamento de informações falsas sobre os possíveis candidatos, a internet deve lutar contra a desinformação acerca da doença.
São informações como tratamentos milagrosos envolvendo ingestão de água quente, promessas de cura por meio de remédios falsos e até dados modificados para refletir uma situação que não é real.
Por isso, eles devem lidar com a sobrecarga no sistema por conta da quantidade de acessos, as informações falsas sobre as eleições e sobre o vírus. O que exigirá um esforço ainda maior, que abrange várias equipes e agências governamentais.
Ameaça constante
Recentemente, durante entrevistas, executivos e funcionários do Facebook, Google e Twitter descrevem uma atmosfera tensa e constante com o surgimento de novas táticas para semear discórdia e influenciar votos.
Alguns funcionários do Facebook e do Google admitiram, de forma anônima, que temiam ser responsabilizados pela reeleição de Trump, enquanto outros disseram que não queriam ser vistos agindo a favor dos democratas.
Nathaniel Gleicher, chefe da política de segurança cibernética do Facebook, disse que as ameaças de 2016 não eram tão efetivas, mas que, agora, eles viram essa prática “evoluindo e melhorando”. O diretor de políticas públicas do Twitter, Carlos Monje Jr., concordou que esse é um jogo de “gato e rato”, mas que a rede social está “tentando ficar um passo à frente”.
Via: New York Times