Pesquisadores encontram o ‘paciente zero’ da Covid-19 na Alemanha

Um chinês que visitou Munique a trabalho, e infectou potencialmente outras 16 pessoas, foi um dos primeiros casos de contágio local na Europa
Renato Mota20/05/2020 16h31

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Um estudo feito por médicos da Universidade de Colônia encontrou o “paciente zero” da epidemia de Covid-19 na Alemanha e, analisando as infecções subsequentes, observou que o período de incubação do novo coronavírus é de quatro dias – mais curto do que os primeiros relatos supunham. A pesquisa foi publicada na revista The Lancet Infectious Diseases, e contou com colaboração de pesquisadores chineses e espanhóis.

O paciente zero da Covid-19 é um chinês que visitou Munique a trabalho. Os pesquisadores ainda rastrearam as quatro “gerações” seguintes de casos: 16 infectados geralmente com sintomas leves e curados posteriormente. O contágio, de acordo com o estudo, ocorreu de forma assintomática em um caso (possivelmente mais cinco), no dia do início dos sintomas em quatro casos (possivelmente mais cinco) e o restante já com o paciente doente.

“Enquanto os casos de Covid-19 apresentaram parcialmente sintomas leves, o grau de infecção era substancial e apresenta um enorme desafio à implementação de medidas de saúde pública”, concluem os pesquisadores, reforçando que, como o período de incubação apresentou-se como mais curto do que o esperado, “testes falso-negativos podem ocorrer” – sugerindo que a infecção estava presente, mas só se tornou evidente mais tarde.

Os médicos afirmam ainda que, embora o surto tenha sido controlado na Alemanha, “uma contenção global e de longo prazo bem-sucedida da Covid-19” é uma meta difícil, uma vez que a ocorrência de transmissão assintomática foi estimada como responsável por até metade de todas as infecções.

“Este é um dos obstáculos mais sérios ao controle da pandemia”, afirmam os pesquisadores da Universidade de Colônia, acrescentando que “novas tecnologias, como aplicativos de rastreamento de contatos, são urgentemente necessárias para controlar efetivamente a pandemia”.

“Todos os países que introduziram rastreamento rigoroso de contato foram mais eficazes em manter pequenos o número de recém-infectados”, reforça Annelies Wilder-Smith, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM). Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Tailândia, Vietnã e Cingapura são alguns “exemplos claros de países que não economizam recursos e tecnologia para realizar um rastreamento rigoroso de contatos. Todos foram bem-sucedidos”, completa a especialista.

Via: Deutsche Welle

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital