Novo tratamento para malária terá eficácia investigada contra a Covid-19

Metodologia consiste em desativar proteína das células vermelhas do sangue das quais o parasita causador da malária é dependente; abordagem permite o reaproveitamento de medicamentos contra a doença
Redação11/08/2020 14h35, atualizada em 11/08/2020 15h10

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Uma nova abordagem baseada no tratamento da Malária se mostra uma possibilidade promissora contra a Covid-19. Um estudo realizado por cientistas da RMIT University, na Austrália, recebeu financiamento do governo para sua aplicação contra o Sars-Cov-2.

A pesquisa, publicada na Nature Communications, demonstrou que o parasita causador da malária é muito dependente de enzimas das células vermelhas do sangue, onde se escondem e proliferam. Além disso, revelou também que medicamentos para o câncer que inativam essas enzimas, conhecidas como proteínas quinases, são bastante eficazes em matar o parasita e representam uma alternativa aos remédios que atacam o próprio patógeno.

“Esta abordagem tem o potencial de reduzir consideravelmente o custo e acelerar a implantação de novos e urgentemente necessários antimaláricos”, destacou o Dr. Jack Adderley, um dos autores. “Agora podemos pular a parte da descoberta de medicamentos contra o câncer existentes e tentar redirecionar um medicamento que já está disponível ou próximo da conclusão do processo de desenvolvimento”, acrescentou.

Além disso, essa abordagem de tratamento permite o reaproveitamento de medicamentos, reduzindo, inclusive, o surgimento de resistência aos remédios, já que não ataca diretamente o patógeno. “Ao direcionar o hospedeiro e não o patógeno em si, removemos a possibilidade do patógeno se tornar rapidamente resistente por mutação no alvo da droga, já que o alvo é o hospedeiro humano”, destacou Doerig.

Reprodução

Abordagem pode ser eficaz contra o coronavírus. Foto: Cadu Rolim/Estadão

A equipe agora irá colaborar com o Instituto Peter Doherty para Infecção e Imunidade, da Austrália, para investigar a metodologia no combate à Covid-19. “O tratamento provou ser um sucesso para outros patógenos humanos, incluindo a malária e o vírus da hepatite C, e agora há perspectivas muito reais de usá-lo para descobrir novos alvos de drogas para hepatite B e Covid-19”, finalizou Doerig.

Vacina russa

Nesta terça-feira (11), a Rússia se tornou o primeiro país a fazer o registro oficial de uma vacina contra a Covid-19. Apesar do ceticismo de autoridades do mundo todo, a nação afirma que a imunização é eficaz e segura.

Para demonstrar que a criação é capaz de proteger contra o vírus, o presidente Vladimir Putin afirma que uma de suas filhas já foi vacinada e que desenvolveu um grande número de anticorpos após receber duas doses.

Segundo Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano da Rússia, a vacina russa contra a Covid-19 será produzida no Brasil a partir de novembro, desde que obtida a aprovação da Anvisa.

Via: MedicalXpress

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital