O presidente norte-americano Donald Trump disse esta semana que tem uma “tremenda confiança nessas enormes empresas” que estão desenvolvendo vacinas para a Covid-19 e que os rígidos padrões impostos pela agência reguladora dos Estados Unidos “soam como uma manobra política”. Trump ainda completou afirmando que pode rejeitar esses novos padrões para facilitar a distribuição de uma vacina no país.
“Quando você tem grandes empresas lançando essas vacinas. Por que eles [a Food and Drug Administration, agência governamental responsável pela outorga de insumos nos EUA] têm que estender o processo? Queremos que as pessoas não fiquem doentes”, afirmou o presidente em uma coletiva de imprensa.
A FDA deve emitir nos próximos dias uma orientação geral para aumentar a transparência e a confiança do público em relação aos procedimentos de segurança para aprovação de uma nova vacina. Especialistas em saúde estão cada vez mais preocupados que o governo Trump – em plena campanha para reeleição – esteja interferindo no processo de aprovação para apressar uma vacina.
Há uma semana, Trump disse que o país fabricará pelo menos 100 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 antes do final do ano, e que terá o suficiente para inocular todos os cidadãos até abril.
Laboratório da AstraZeneca, uma das farmacêuticas que vem desenvolvendo uma vacina para a Covid-19. Imagem: AstraZeneca/Divulgação
Em audiência no Senado, o comissário da FDA, Stephen Hahn, disse que não pode prever quando as farmacêuticas estariam prontas para solicitar autorização federal para as vacinas – ou quanto tempo essa avaliação da FDA pode levar. “O que posso dizer é que sentimos a urgência do momento”, disse ele. “Não vamos atrasar, mas não vamos economizar”, completou.
Entre as orientações propostas pela FDA está, por exemplo, a exigência de dados de acompanhamento de segurança de dois meses após a segunda aplicação da vacina. Quatro empresas iniciaram testes clínicos em estágio final nos Estados Unidos, mas poucas podem entregar resultados de testes definitivos antes da eleição presidencial.
Via: Reuters/Washington Post