O Instituto de Tecnologia do Paraná (TecPar) anunciou que pretende iniciar em outubro a fase 3 de testes com a Sputnik V, vacina russa contra a Covid-19. O imunizante será aplicado em pelo menos dez mil voluntários, priorizando profissionais da saúde e pessoas do grupo de risco.
O protocolo para início da fase 3 deve ser ser enviado à Anvisa em até 30 dias. A expectativa é que a aplicação em voluntários comece 20 dias após a aprovação, tempo necessário para ajustar os últimos detalhes do plano de testagem.
A última etapa de testes costuma levar, no mínimo, dois meses para ser concluída. Numa projeção otimista, o imunizante pode estar pronto para distribuição em grande escala em dezembro – se os testes mostrarem bons resultados.
Na quinta-feira (27), representantes do TecPar se reuniram com a Anvisa em Brasília para discutir o processo de aprovação da fase 3. De acordo com Jorge Callado, diretor do Instituto, a reunião serviu para tirar dúvidas e buscar soluções ligadas à produção e distribuição da vacina.
TecPar é responsável pela produção da Sputnik V no Brasil. Imagem: Reprodução/Site oficial do TecPar
Durante a semana, outros encontros aconteceram na capital federal para discutir o imunizante. Na quarta-feira (26), os deputados Luiz Antonio Teixeira (PP-RJ) e Antônio Brito (PSD-BA) se reuniram virtualmente com autoridades russas, que afirmaram que os últimos testes com a Sputnik V começariam em breve.
Vacinação em massa
De acordo com o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov, a vacina será testada em 40 mil pessoas em todo o mundo já a partir da próxima semana. Se tudo ocorrer como o previsto, a estimativa é que a vacinação em massa da população comece em outubro na Rússia, e que 10 milhões de doses sejam produzidas até dezembro.
O imunizante foi o único no mundo a ser registrado antes do início da última etapa de testes. A fase 3 é essencial para atestar a segurança da vacina, pois avalia o efeito da substância em milhares de organismos.
Em 12 de agosto, logo após o registro controverso da Sputnik V, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), firmou um acordo com a Rússia para produção e distribuição do imunizante no estado.
De acordo com Sergey, o Brasil é considerado um parceiro estratégico para a produção da Sputnik V. Durante a reunião de quarta-feira, ele afirmou que “o Brasil tem todas as capacidades tecnológicas, científicas e humanas para ser o centro de produção e distribuição da vacina, não apenas para o território nacional, como para outras regiões”.
Fonte: Estadão