De acordo com pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foram identificadas no Brasil, entre fevereiro e abril, ao menos seis diferentes cepas do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Para a constatação, os cientistas analisaram 95 genomas completos do vírus causador da Covid-19.

As amostras foram coletadas em pacientes do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Acre, Amapá, Pará, Alagoas, Bahia, Maranhão e Santa Catarina, bem como no Distrito Federal. Dentre as seis cepas (A.2, B.1, B.1.1, B.2.1, B.2.2 e B.6), também foi identificada a principal sub-linhagem do novo coronavírus em circulação no Brasil.

Vale lembrar, no entanto, que a existência de diferentes cepas não implica na possibilidade de reinfecção para quem já foi contaminado por uma linhagem diferente. Afinal, por mais que o vírus sofra alterações – algo comum -, suas características principais são mantidas.

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Cientista da Fiocruz. Imagem: Josué Damascena

Made in Europa

A mesma pesquisa sugere que a cepa que mais infectou pessoas no Brasil teve origem na Europa e, quando chegou por aqui, sofreu mutações e deu origem à principal sub-linhagem brasileira.

Para os cientistas, a versão mais provável é que a linhagem europeia tenha chegado ao Brasil antes do dia 2 de fevereiro – ou seja, antes mesmo do primeiro caso confirmado, registrado no dia 26 de fevereiro. Em solo brasileiro, o novo coronavírus teria sofrido duas mutações sequenciais, as quais formaram a cepa mais atuante no país.

A linhagem sub-linhagem B.1.1 brasileira (B1.1.BR), considerada a cepa responsável pela maior parte da transmissão comunitária do vírus no país, foi a única encontrada em 18 infectados que não tinham feito viagem internacional recentemente – daí a conclusão dos pesquisadores.

Além disso, assim como tem ocorrido com a transmissão do novo coronavírus desde o início da pandemia entre diversos países, a sub-linhagem brasileira pode ter sido exportada para outras regiões do mundo enquanto ainda não existiam restrições aéreas no Brasil.

Via: G1