Quando o pessoal da Escola Politécnica da USP desenvolveu o Robô Transportador Hospitalar, eles não tinham uma pandemia global em mente. Mas uma surgiu e o equipamento – inicialmente destinado a levar medicamentos entre as alas do Hospital Universitário – será readequado para levar remédios, exames e documentos, de forma que médicos, enfermeiros e pacientes possam manter os protocolos rígidos de contato que o novo coronavírus trouxe.
Os testes do robô começam nos próximos dias. “Além de diminuir o contato entre as pessoas, os funcionários, que antes eram designados para essas tarefas, poderão realizar atividades mais nobres”, explica o professor José Roberto Cardoso, coordenador do Laboratório de Magnetismo Aplicado (LMAG) do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas.
O robô tem autonomia para funcionar até 8 horas ininterruptas, pesa 20 quilos e se movimenta a uma velocidade entre 4 e 5 quilômetros por hora. Os profissionais do HU poderão solicitar o transporte de objetos por meio de um aplicativo no smartphone. Quando não requisitado, o robô fica parado em uma estação de recarga de bateria.
Equipe trabalha na produção do robô (Poli-USP/Divulgação)
Quando surgiu, em 2019, o projeto era de um veículo autônomo que pudesse executar atividades administrativas no campus da Cidade Universitária. O Delivery Robot carregaria, por exemplo, documentos entre as unidades. “Foi quando o Departamento de Farmácia do HU veio até nós com a demanda de automatizar o setor”, lembra Cardoso. “A ideia era que o deslocamento de medicamentos fosse feito por máquinas, agilizando todo o processo”.
A Escola Politécnica e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), além do Hospital Universitário, começaram então a aprimorar o robô para a nova função. O grupo também contou com o apoio financeiro do Fundo Patrimonial Amigos da Poli, que investiu R$ 64,5 mil.
Com a chegada da pandemia, alunos e professores tiveram que finalizar o projeto em home office, para que três protótipos pudessem ser disponibilizados ainda em maio de 2020. “Dois ficarão no HU e um vem para nós para fazermos as adequações necessárias e contínuas”, explica o engenheiro eletricista Leopoldo Rideki Yoshioka, professor do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos.
Via: Jornal da USP